quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 7.]





… Perdi-me no brilho do seu olhar, e mais uma vez as nossas faces estavam cada vez mais próximas, desta vez tinha a certeza do que queria, estávamos ali sentados na areia, e o único desejo que tinha era de sentir os seus lábios, uma vez que fosse eu queria senti-los, e senti que aquele era o momento.
Estávamos cada vez mais próximos, era capaz de sentir a sua respiração, o batimento do seu coração, os nossos olhos já se tinham cerrado.
Estávamos prestes a selar o beijo, aquele beijo que eu tanto queria, até que mais uma vez fomos interrompidos, o meu telemóvel começou a tocar.
- Diz Joana! 
- Começa a preparar as malas amanhã ao fim do dia vamos para os Estados Unidos!
- Já?!
- Sim, já avisei os teus pais hoje de manhã, eles é que se esqueceram de te avisar.
O silêncio apoderou-se daquele lugar, apenas se ouvia o rebentar das ondas, os risos, as palavras tudo desapareceu, apenas continuaram duas pessoas sentadas no areal olhando para o mar.
- E então? O que é que a Joana queria? – disse o Harry, pondo fim àquele silêncio.
- Dizer-me para…
- Para?
- Para … fazer as malas, porque amanhã ao final da tarde vou para os Estados Unidos.
- O QUE?! JÁ?
- Sim…
Ele agarrou nas minhas mãos, levantamo-nos, e pude ver tristeza, aflição e angústia no seu olhar.
- NÃO! Não pf, eu Ado…
- NÃO! NÃO O DIGAS HARRY! PF!
- Mas…
- Mas nada, não o faças!
- Porquê?
- Se o disseres eu não vou conseguir ir! Eu preciso de ir concretizar o meu sonho!
- Inês, não me faças isto!
- Desculpa…
Larguei-lhe as mãos e corri para casa, tinha que fazer as malas e ele não me podia impedir de ir, é um sonho desde criança não iria desperdiçar a oportunidade de o realizar só porque ele decidiu aparecer na minha vida.
Fiz as malas e tentei não pensar nele, tentei não pensar naqueles momentos que só ele me proporcionou e na maneira parva que nos conhecemos.
- Mãe, amanhã posso ir á escola de manhã?
- Para que, Inês?
- Queria-me despedir das pessoas.
- Claro que podes, querida. O que é que tens?
- Porquê?
- Deverias estar contente e pareces-me triste.
- É impressão tua! Vou dormir.


**


Estavam todos sentados na sala de aula e eu observava-os através da janela, não pode deixar de reparar na tristeza na cara do Harry, eu tinha combinado com a professora que ela iria fazer de conta que não sabia que hoje iria embora.
- Inês Torres – Disse a professora. – A Inês não está?
- Ela vai-se embora hoje ao fim da tarde stora. – Respondeu o Harry.
Quando eles menos esperavam abri a porta por onde entram os professores.
- Olá!
- A Inês pediu-me para se despedir de vocês na minha aula e eu não lhe consegui dizer que não. – Disse a professora.
Estava de facto comovida mas ainda nenhuma lágrima se tinha soltado, estava impressionada com eles, nunca pensei que seria tão difícil separar-me daquela turma, entre abraços e mais abraços avistei o Harry no fundo da sala cabisbaixo, estava na altura de me despedir dele, era o único que faltava, respirei fundo e lancei-me para o fundo da sala.
- Harry… - Disse-lhe.
Ele levantou a cabeça e olhou-me nos olhos, e começou a chorar.
- Diz-me que isto é um pesadelo!
- Pára! Não faças isto Harry!
- Ok, vai ter mesmo que ser não é?
- Sim é!
- Ok, então, obrigado por simplesmente existires, obrigado por todos os momentos, obrigado por me teres ensinado a ver a vida com outros olhos, obr…
- JÁ CHEGA! – Disse-lhe eu começando a chorar. – Estás a ver o que tu fazes, foste o único que me conseguiu por a chorar.
Peguei numa máquina fotográfica que trouxe, juntei-me a ele e pedi a alguém para tirar uma foto.
- Garanto-te que nunca te esquecerei! – Disse-lhe.
- Sei que pediste-me para não te dizer, mas…
- Harry, não!...
- Adoro-te!!   sussorou ele.
Foi naquele momento que o abraçei e desfiz-me em lágrimas, acho que nunca chorei tanto na minha vida, ele de facto mudou a minha vida como ninguém antes o fizera.
- Meninos, vai tocar! – Disse a professora.
- Adoro-te! – Sussurrei-lhe.
Tocou, estava na hora, vou partir. Deixar toda uma vida para trás, olhando em frente sem que o Norte se confunda com os restantes pontos cardeais que não ouso mais seguir. 
Olhei uma última vez para o Harry, revendo ainda o último sorriso, o derradeiro olhar, o "adeus" mais perfurante de todo o fim deste capítulo que encerro hoje em mim, mas que ficará gravado para sempre nas paredes desta sala, nos gestos e sentimentos que se entrelaçaram no meu peito. 
Quero poder relembrá-lo com o olhar doce que sempre me atingiu, o sorriso meigo que sempre fez questão de me dar quando me sentia vazia. Guardei para ele um espaço no meu mundo, estará sempre totalmente preenchido por ele, quero acreditar que não passará de um até já.

Nenhum comentário:

Postar um comentário