segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 11.]



- KIKIIIIIIIIII! DESPACHA-TE RAPARIGA! – Gritava eu
- Tem calma, apre lá para a rapariga tem um foguete no c…
- KIKI! – Disse a minha mãe
- Ahahaha Desculpa mãe! Vim buscar uma revista para a Inês.
- KIKIIIIIIIIIII! – Era eu a gritar mais uma vez.
- ESTÁ AQUI! JÁ VOU!
- DESPACH…
- Calma, já estou aqui. Estás parva hoje.

Peguei na revista, não queria acreditar no que estava a ler, os One Direction vão estar aqui, nos Estados Únidos, quando dei por mim estava aos berros, que nem uma histérica.
Queria fazer-lhe uma surpresa, uma surpresa única e nossa. Queria surpreender-lo com algo vulgar mas com um significado único.
Como em todas as noites, fui até à janela e olhei o céu. Estava uma daquelas noites estreladas e tranquilas. Senti o vento a bater no meu rosto e fechei os olhos. Parecia uma noite igual a tantas as outras. Permanecia o silêncio.
Voltei a abrir os olhos e reparei num ponto mais brilhante do que todos os outros. Podia ser uma miragem, ou um simples ser, mas quando olhei tive a certeza que eras tu.
Nessa noite deixei a janela entreaberta e adormeci. A noite continuou silenciosamente doce.
Finalmente aproximaste-te. Entraste sorrateiramente pela janela, pé ante pé, para eu não acordar. Senti a melodia da tua respiração, aquela música perfeita que me embala em sonhos. Tocaste delicadamente o meu corpo imóvel, inconsciente. Iluminaste o meu rosto com o teu brilho e beijaste-me a alma adormecida e calma.
Saíste pela janela. Voaste através da noite, à procura de algo ou de alguém.
Abri os olhos, muito lentamente e sorri. Mais uma vez entreguei-me ao prazer de sonhar contigo.
Disse o teu nome, invadiste-me o pensamento mais uma vez e voltei a adormecer.
Na noite passada, tinha acontecido a mesma coisa.
Sonhara que tinha ido dar uma volta, que os carros ainda andavam na estrada, velozes, feitos verdadeiras águias terrestres e as pessoas sorriam-se cinicamente, jogando palavras numa mesa de conversas inúteis, até que os olhos dele, que noutra altura foram profundos e intensos, estavam agora vazios e sem cor. O seu corpo, apesar de ainda evidenciar a beleza que antes tinha, estava sujo, ferido, gasto. As roupas cobertas de rubis, rubis de um vermelho tão puro que era quase tão belo como assustador. Estava pálido, e não havia sinal de sorrisos, felicidade, alegria. Aquilo que para ele dantes era uma imagem que facilmente comparava a um anjo, a algo divino, puro, era agora uma figura por quem eu sentia pena, piedade, dó. Parecia desesperadamente querer dizer-me alguma coisa, mas tudo o que eu ouvia eram gritos sufocados por dor. Acordei suada, ofegante, e assustada.
- INÊÊÊÊÊÊÊÊS, escolaaaaaa!
- Já vou pai, calma!
A habitual rotina semanal da qual eu já me tinha cansado, escola, casa, concerto, casa, escola, casa, concerto, casa, escola (…) 20 minutos de caminho até á escola até que finalmente cheguei, pronta para uma massacrante aula de inglês.
- OLÁ MENINOS! – Disse a professora entrando pela sala.
- Bom-dia! - Responde-mos nós.
- Bem meninos, o teste é para a semana, vamos lá ver se vocês têm dúvidas.
Dito isto começou a perguntar um a um se tinham dúvidas, todos diziam que não até que …
- Inês tens dúvidas?
- Tenho uma.
- Diz lá então.
- Posso ir ao patinho num estantezinho estou aflitinha.
Nisto começam-se todos a rir incluindo a professora.
- Vai lá, vai lá!
Saí da sala a correr, desci as escadas rapidamente, sempre com a empregada a resmungar, até pensei “ fogo as empregadas daqui são iguais às de Portugal? “ , comecei-me a rir e ao colocar o pé no último degrau um rapaz espetasse contra mim.
- Au! – Disse eu, sentada no degrau.
- Desculpa, não te vi. – Disse o rapaz.
Isto era-me familiar, estas palavras, este cheiro, esta voz.
- Pois até ai eu j… HARRY?
- INÊS?
- OH-MEU-DEUS!!
- Continuas minúscula AHAHAHAH
- Já estava a demorar muito já … - Disse eu virando a cara, fazendo-me de chateada.
Fiquei calada durante um bocado até que me lembrei da grande vontade que tinha de ir á casa de banho.
- Olha óh grandalhão, nós quando nos encontramos tens que ser sempre tu a espetares-te contra mim e atiras-me ao chão, caso não saibas isso atrasa-me o crescimento, e já é a segunda vez que o fazes se o voltas a fazer levas uma chapada que andas uma semana á procura das cuecas….
- Inês..
- Ah e por falar em cuecas, eu tenho que ir á casa de banho se não acontece aqui uma desgraça desgraçada.
Nisto levanto-me e dirijo-me até á casa de banho, apenas senti a sua mão a tocar no meu braço e a puxar-me contra si, quando dei por mim lá estava eu a viver o meu sonho pela segunda vez, os lábios dele estavam tão próximos de mim como da primeira vez que estávamos juntos, da primeira vez que nos interromperam, no dia do nosso primeiro abraço, podia sentir a sua respiração gélida a bater na minha face, e o beijo não estava para demorar...
-INÊS está aqui... - Gritou Sofia no fundo do corredor, se ela não fosse uma das minhas melhores amigas tinha-a morto nesse instante... - Desculpem! - virou costas e desapareceu, voltei a olhar para o Harry, o seu olhar intenso deixava-me fora de mim, fechei os olhos e deixei-me levar, desta vez eu é que acabei com o pouco espaço que nos separava, desta vez, eu é que o beijei, mas não demorou ate ele me puxar para junto de si...
Beijou-me enquanto me dava a mão, mas eu começei a sentir algo a doer, algo molhado a tentar sair... UPS, a minha vontade de ir ao WC olhei para ele tentando parecer calma...-Vemo-nos daqui a pouco okey? - questionei enquanto mexia as pernas numa tentativa de me manter 'seca', ele olhou para mim um pouco confuso, eao mesmo tempo a fazer um esforço para não se desfazer a rir da minha cara ali mesmo... - Ok.
Desatei a correr e só parei na casa de banho, sentei-me e fiz o que devia ter feito á muito desatei a rir, quase a chorar de tanto rir...
Levantei-me e sai animada com a ideia de ele poder estar na minha sala, e estar a acontecer tudo de novo, mas desta vez, sem discussões, apenas nos limitávamos a amar, e isso era bom, divaguei um pouco enquanto deambulava pelos corredores, se ele estivesse na minha sala? e se estivesse sentado ao meu lado, a vida ganharia mais cor, eu concerteza ganhava vontade de vir para a escola... Abri a porta devagar como que para prolongar o momento de na minha mesa, mas entrei e limitei-me a olhar para uma mesa vazia, olhei para a Jéssica, para a Débora e para a Trish que tinham um sorriso travesso na face, a Sofia já lhes devia ter dito tudo, afinal não passava disso uma mera especulação, de um mero sonho, ele não estava lá, ele não estavaa da minha sala, e a historia estava destinada a não se repetir....
Sentei-me na secretária vazia, as raparigas não tiravam os sorrisos parvos das suas caras.
Tocou finalmente, mas sinceramente entre estar quase a dormir na aula e estar a levar com o interrogatório delas não sei qual seria melhor, dirigimo-nos aos cacifos para pousar os livros, mas quando abri o meu … - Que é isto? – Uma rosa encontrava-se dentro do lá dentro.
– Tem um cartão lê!
- Sim Débora, como se eu não soubesse que estás mais curiosa que eu.
Lá acabei por abrir o cartão …

 " E os nossos caminhos voltaram a cruzar-se, eu vou acabar por deixar que me leves contigo, que me roubes as palavras e que me mudes, mais uma vez, por dentro e por fora. Ainda sei decifrar o teu olhar, escutar a tua voz e perder-me no teu sorriso, ainda espero algo de ti, não por mim, nem por ti, mas por nós. A estabilidade não foi feita para pessoas como eu e como tu, somos diferentes, do inicio ao fim, e com o tempo aprendi a guardar só aquilo que tu me sabias dar de bom, a esquecer tudo o que era desnecessário e a refugiar-me nos teus silêncios.
Anda ter comigo, ás 18 horas á piscina!
Harry Styles "

domingo, 22 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 10.]



Procuro-o. Ainda e sempre.
As saudades apertam, como se de um enorme monstro dentro do meu peito se tratassem. Já lá se foi dois meses, é verdade dois meses, e tu continuas cá dentro.
Há muito tempo atrás, escolhi seguir um caminho. Durante algum tempo, saí-me bem: trazia-o sempre ao meu lado, a minha mão dentro da sua, aquela simples ligação a proteger-me de todo e qualquer mal. Mas num certo momento que já nem sei precisar, desapareceste. 
Ainda não te encontrei. Agora, cheguei a uma clareira, um ponto de viragem: são novamente muitos caminhos a abrir-se, e terei de fazer outra escolha. Poderei deitar tudo a perder, poderei ganhar tudo.
Só tenho 16 anos. Não consigo decidir a minha vida agora. Preciso de ti ao meu lado, a tua mão protectora.
Sinto-te. Em toda a parte, por toda a parte, lá está um pouco de ti, a relembrar-me do "antes". Onde quer que vá, perto ou longe, consigo sentir a tua presença, o teu cheiro e por vezes o teu olhar a poisar sobre mim, porque vives em mim, tão profundamente como sempre, mas a distância física não me poupa.
Consigo sentir-me em mim, é verdade, mas já não sei como sentir-te a meu lado, estar contigo e reviver os toques, as carícias, os murmúrios e todo aquele sonho que vivi.
Éramos, fomos um só, mas sinto que uma parte de nós se perdeu algures por aí, e somos novamente duas pessoas e não uma só.
Se pudesse apenas olhar-te nos olhos, não consigo imaginar o que veria. Os sentimentos antigos ainda lá no fundo do olhar? Ou uma nova realidade que não quero nem nunca quis?
Se olhares nos meus, vês tudo o que quiseres: passado, presente, futuro... eternidade. Pois sempre te quis, continuo a querer-te e sinto que quererei sempre, por mais que digam que os sentimentos são passageiros.
Talvez este não seja eterno, e talvez eu o desenhe e pinte à minha maneira, a de uma sonhadora ingénua, mas é assim que eu o quero. 
- Inês, já viste o que andam a dizer as revistas? – Era a Kiki, ela tinha crescido tanto.
- Não, o que?
- Que tu és uma criança ingénua e que em alguns momentos até da própria sombra tens medo, mas que em outros és livre que nem um passarinho.
Comecei-me a rir de facto essa gente não tem mais nada que fazer.
"Criança ingénua". É assim que alguns me vêem. Obviamente que não me conhecem. Mas eu respeito a opinião de cada um, mesmo que ela magoe. 
Ao contrário deles, não me considero como tal. Tenho uma explicação muito simples para o facto de me verem desse modo: acima de tudo, tento acreditar no lado bom das pessoas. Acredito que toda a gente o tem e tenho esperança que esse lado bom aumente em cada um de nós. 
Por outro lado, por mais erros que uma pessoa cometa, aprendi a perdoá-los porque somos humanos e, queiramos ou não, erramos. Os erros fazem parte do nosso processo evolutivo, assim como a capacidade de perdoar e só um espírito grandioso consegue perdoar. Apesar de tudo, são as irregularidades que fazem de nós o que somos e é quando erramos que mais precisamos daqueles que amamos.
Chamem-me ignorante, idiota, estúpida, infantil, ingénua. Podem fazê-lo, mas não vão mudar a forma como eu vejo as coisas. Prefiro perdoar e viver livremente com o que me rodeia do que guardar rancor com hipocrisia. 
Tenho um coração de vidro, é um facto. Ao mínimo toque, corro o risco que se parta. Por isso, aprendi a colar cada pedacinho até que não se notem as cicatrizes, ao invés de deixar as lascas espalhadas pelo chão para que a pessoa que o partiu as calque e se magoe.
Por isto, da próxima vez que me quiserem chamar "criança ingénua", perguntem-se quem tem razão, afinal.
- Esta gente não tem mais nada que fazer, não ligues! – Disse eu á minha irmã.
- Ah, só mais uma coisa, não sei se vais gostar.
- O que foi?
- Li numa revista, que os One Direction…
- QUE OS ONE DIRECTION O QUE ?
Espera, vou buscar a revista para te mostrar … 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 9.]





Finalmente chegamos. Chegamos e nada estava a ser como planeava, se calhar porque estava dividida entre o sonho e uma espécie de ilusão. Isto fez-me lembrar em mil e uma coisas que lhe poderia ter dito e não disse, fez-me suster a respiração ao imaginar a olha-lo nos olhos e a dizer-lhe que nada mais há de tão maravilhoso que não ele.
Ao Harry devo os momentos pelos quais vagueio vezes sem conta antes de adormecer. Apenas queria que ele me fizesse sorrir até que mais não possa, que me fale de novo de si como se de uma história se tratasse.
O Mundo parece simples demais para o sentimento que nos une como que o Sol ao céu. Tudo é em segredo e é assim que enfrentamos cada minuto que precede o anterior, cheio de memórias e histórias.
Desespero pela sua chamada, como nestas últimas noites. Os minutos passam à medida que a esperança desvanece. Encosto a cabeça na janela, suspirando uma e outra vez sem que nada me dê sinal dele e, enquanto a lua ofusca as lágrimas que não consigo mais chorar, adormeço num mundo que não é meu. 



**


E mais um dia se foi, ainda á três dias estava em Portugal com todas aquelas pessoas maravilhosas á minha volta, nestes últimos dias estivemos instalados num hotel, mas hoje vamos para uma casa que compramos, a casa é muito grande, começo a achar que me vou perder lá dentro. 
No vão das escadas do hotel tento dar por terminadas estas palavras que por tanta ousadia me fazem chorar. Queria poder abraçar o céu e tomá-lo como meu, tal como os meus braços, os meus cabelos. Tenho uma mão cheia de ideais por realizar, por levar comigo em cada viagem, cada sorrir mais puro e cada olhar mais que perfeito, tão perto de mim, mas longe demais para o que a vida me permite alcançar.
Entrei dentro de um comboio sem destino de chegada. Olhei o Sol lá fora; estava já a metade, escondendo-se gradualmente atrás do horizonte e das nuvens gordas e escuras que tomavam posse naquele imenso plano. Adormeci sem pensar em mais nada. Sonhei com um farol, aquele farol que tantas angústias minhas acolheu em tempos, posto entre tantas rochas e falésias à beira-mar.
Acordei com as doces palavras de um senhor alto, de bigode a pedir-me o bilhete da viagem. Lá fora, as estrelas brilhavam agora no auge de uma noite escura. Os vidros embaciados, faziam transparecer o frio indomável do lado de fora daquela carruagem.
"Para onde vai?" - perguntou o senhor.
"Para onde a vida me levar" - respondi insegura. Não sabia se a vida me levaria a algum lugar deste bonito.
Mais umas horas de viagem eram tempo suficiente para pensar e repensar sobre a vida, sobre as feridas que me causara e pelas cicatrizes moribundas que para sempre me acompanhariam no lado esquerdo do peito.
Chegara ao meu destino. Destino incerto, é certo, mas vagueei como se me fosse tão familiar. Precisava daquele abraço do Harry, mas ele não estava. Queria tanto contar-lhe os caminhos que percorrera cheia de ousadia e explicar-lhe o porquê daquela viagem.
Estava finalmente sozinha. Sozinha e só, no entanto sentia-me inserida numa multidão desconhecida, ilustrada pelos imensos pensamentos que me assolavam a cada passo. 
Deitei-me num dos bancos de jardim sobrepostos às ervas daninhas com minúcia. Vi pessoas passar e imaginei, uma a uma, a vida de cada indivíduo que passava embebido numa rotina fúnebre ou simplesmente a vaguear. Alguém se dirigira a mim com um sorriso inatingível e contagiante. Com as suas mãos grandes e confortantes, acariciara-me os cabelos com dedicação, esperando ouvir-me. Sentia-me uma criança ao adormecer, cheia de energia por recuperar.
"Que fazes aqui?"- era o meu pai.
"Vejo a curta-metragem de uma vida tão longa" - respondi a medo.
"Que posso fazer por ti, Inês?"
"Acorda-me quando este momento acabar".

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 8.]







Cheguei ao aeroporto, o Harry não me saia da cabeça desde manhã, aquele abraço, aquelas lágrimas, todos os momentos passados com ele, de facto, vão-me fazer falta. Iria partir daqui a duas horas, iria concretizar o meu sonho, deveria-me sentir feliz não?
- O que é que se passa Inês? – Perguntou a Trish.
- Nada, porquê?
- Estás estranha.
- Não dormi direito, estou cansada apenas isso.
Os minutos iam passando e as incertezas cada vez mais pairavam na minha cabeça “ Será que estás a fazer o que está certo? ”, “ é um sonho, mas tens pessoas maravilhosas cá “. Estava perdida no meio dos meus pensamentos, até que a alguém decide interrompê-los.
- Olhaaaaa! – Era a Kiki, a última vez que gritara assim foi quando viu o Harry em nossa casa. – Mana!
- Estou a olhar o que é que foi?
- Não é para mim parva.
Parva? Alguém passava muito do seu tempo a chamar-me assim.
- Então? Queres que olhe para onde?
- Para a entrada!
- HARRY! – Disse eu admirada, confusa, não estava a perceber o que é que ele estava ali a fazer. Estou bloqueada à frente dele, sem escoar uma única palavra, não sei se deva começar por um “surpreendeste-me” ou então por um vulgar “Olá “. Só desejava que iniciasse e me desbloqueasse.
O meu coração começava a palpitar, o meu corpo tremia como nunca e em certos momentos sentia arrepios a avoaçarem na minha pele. Deixei de ter controlo em mim. Estava mal, mas apaixonada.
Abstraindo-me que ele estaria à minha frente, perguntava-me se seria sempre assim. Porque é que ele estaria a fazer isto? 
Não conseguia desviar o olhar, bloqueava-me entre os seus olhos com um ar comprometedor.
A dado instante, pegou-me na mão, alisou-me a pele suavemente e perguntou-me receosamente:
-Posso beijar-te?
-Perguntas sempre primeiro? -respondi.
-Não… mas contigo não sei o que me espera.
-Experimenta…-disse eu.
Ao mesmo tempo que digo isto, ele cola os seus lábios aos meus, finalmente estava a sentir aquilo que queria já á algum tempo. Conheci os seus beijos mais requintados, mais escondidos e mais difíceis de alcançar. Apaziguei a tristeza, vivi e tornei a recordar o quanto foi intenso o nosso momento. As minhas mãos começaram a transpirar e o meu coração … o meu coração cada vez batia mais rápido.
- Inês está na hora! – Era a Sofia.
- Parece que é agora! Felicidades, e ai de ti que não me escrevas!
- Eu escrevo não te preocupes!
Nisto ele puxa-me contra ele e sussurra-me ao ouvido “ amo-te “, um último beijo era a única coisa que poderia fazer naquele momento, e assim o fiz.
- Tenho que ir!
- Adeus!
- Até já.
- Até já?
- Sim eu quero ver isto como um “ até já “.
- Ok, assim seja, até já pequenina. – Disse ele com aquele sorriso só dele.
Olho-o pela última vez. Os seus olhos transparecem o cume de uma montanha em tempo de Inverno e as minhas lágrimas vão caindo. Sinto ainda o seu toque, o seu cheiro, o doce das melodias que exprimia a cada palavra, e concluo, preciso dele. Preciso dele não agora, mas até amanhã e depois, pois sonharei com ele até ao fim de um destes dias.
Olhando em meu redor consigo descobrir tantos lugares que ainda não visitei, mundos onde nunca estive, emoções que nunca senti. E para quê? - Pergunto-me a mim mesma

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 7.]





… Perdi-me no brilho do seu olhar, e mais uma vez as nossas faces estavam cada vez mais próximas, desta vez tinha a certeza do que queria, estávamos ali sentados na areia, e o único desejo que tinha era de sentir os seus lábios, uma vez que fosse eu queria senti-los, e senti que aquele era o momento.
Estávamos cada vez mais próximos, era capaz de sentir a sua respiração, o batimento do seu coração, os nossos olhos já se tinham cerrado.
Estávamos prestes a selar o beijo, aquele beijo que eu tanto queria, até que mais uma vez fomos interrompidos, o meu telemóvel começou a tocar.
- Diz Joana! 
- Começa a preparar as malas amanhã ao fim do dia vamos para os Estados Unidos!
- Já?!
- Sim, já avisei os teus pais hoje de manhã, eles é que se esqueceram de te avisar.
O silêncio apoderou-se daquele lugar, apenas se ouvia o rebentar das ondas, os risos, as palavras tudo desapareceu, apenas continuaram duas pessoas sentadas no areal olhando para o mar.
- E então? O que é que a Joana queria? – disse o Harry, pondo fim àquele silêncio.
- Dizer-me para…
- Para?
- Para … fazer as malas, porque amanhã ao final da tarde vou para os Estados Unidos.
- O QUE?! JÁ?
- Sim…
Ele agarrou nas minhas mãos, levantamo-nos, e pude ver tristeza, aflição e angústia no seu olhar.
- NÃO! Não pf, eu Ado…
- NÃO! NÃO O DIGAS HARRY! PF!
- Mas…
- Mas nada, não o faças!
- Porquê?
- Se o disseres eu não vou conseguir ir! Eu preciso de ir concretizar o meu sonho!
- Inês, não me faças isto!
- Desculpa…
Larguei-lhe as mãos e corri para casa, tinha que fazer as malas e ele não me podia impedir de ir, é um sonho desde criança não iria desperdiçar a oportunidade de o realizar só porque ele decidiu aparecer na minha vida.
Fiz as malas e tentei não pensar nele, tentei não pensar naqueles momentos que só ele me proporcionou e na maneira parva que nos conhecemos.
- Mãe, amanhã posso ir á escola de manhã?
- Para que, Inês?
- Queria-me despedir das pessoas.
- Claro que podes, querida. O que é que tens?
- Porquê?
- Deverias estar contente e pareces-me triste.
- É impressão tua! Vou dormir.


**


Estavam todos sentados na sala de aula e eu observava-os através da janela, não pode deixar de reparar na tristeza na cara do Harry, eu tinha combinado com a professora que ela iria fazer de conta que não sabia que hoje iria embora.
- Inês Torres – Disse a professora. – A Inês não está?
- Ela vai-se embora hoje ao fim da tarde stora. – Respondeu o Harry.
Quando eles menos esperavam abri a porta por onde entram os professores.
- Olá!
- A Inês pediu-me para se despedir de vocês na minha aula e eu não lhe consegui dizer que não. – Disse a professora.
Estava de facto comovida mas ainda nenhuma lágrima se tinha soltado, estava impressionada com eles, nunca pensei que seria tão difícil separar-me daquela turma, entre abraços e mais abraços avistei o Harry no fundo da sala cabisbaixo, estava na altura de me despedir dele, era o único que faltava, respirei fundo e lancei-me para o fundo da sala.
- Harry… - Disse-lhe.
Ele levantou a cabeça e olhou-me nos olhos, e começou a chorar.
- Diz-me que isto é um pesadelo!
- Pára! Não faças isto Harry!
- Ok, vai ter mesmo que ser não é?
- Sim é!
- Ok, então, obrigado por simplesmente existires, obrigado por todos os momentos, obrigado por me teres ensinado a ver a vida com outros olhos, obr…
- JÁ CHEGA! – Disse-lhe eu começando a chorar. – Estás a ver o que tu fazes, foste o único que me conseguiu por a chorar.
Peguei numa máquina fotográfica que trouxe, juntei-me a ele e pedi a alguém para tirar uma foto.
- Garanto-te que nunca te esquecerei! – Disse-lhe.
- Sei que pediste-me para não te dizer, mas…
- Harry, não!...
- Adoro-te!!   sussorou ele.
Foi naquele momento que o abraçei e desfiz-me em lágrimas, acho que nunca chorei tanto na minha vida, ele de facto mudou a minha vida como ninguém antes o fizera.
- Meninos, vai tocar! – Disse a professora.
- Adoro-te! – Sussurrei-lhe.
Tocou, estava na hora, vou partir. Deixar toda uma vida para trás, olhando em frente sem que o Norte se confunda com os restantes pontos cardeais que não ouso mais seguir. 
Olhei uma última vez para o Harry, revendo ainda o último sorriso, o derradeiro olhar, o "adeus" mais perfurante de todo o fim deste capítulo que encerro hoje em mim, mas que ficará gravado para sempre nas paredes desta sala, nos gestos e sentimentos que se entrelaçaram no meu peito. 
Quero poder relembrá-lo com o olhar doce que sempre me atingiu, o sorriso meigo que sempre fez questão de me dar quando me sentia vazia. Guardei para ele um espaço no meu mundo, estará sempre totalmente preenchido por ele, quero acreditar que não passará de um até já.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 6.]


Novo dia de aulas, sempre a mesma rotina, era tudo tão monótono, acordei apenas com um pensamento, “ como é que vou olhar hoje para o Harry depois de ontem? “, aquele pensamento apoderava-se de mim, e cada vez mais enquanto o tempo passava, por fim cheguei á escola, lá estava a Catarina á minha espera, como sempre.
- Bom dia Inês!
- Bom dia!
Entretanto ouço o meu telemóvel a tocar, era a Jéssica.
- A esta hora, que estranho!
- Que foi? – Perguntou a Catarina
- A Jéssica está-me a ligar, é estranho!
- Atende!
- Sim?
- INÊÊÊÊS! – Disse ela.
- Eii lá. Estás muito feliz! Que se passa?
- Vamos para os Estados Unidos!
- Que bom para ti…
- Para mim? Vou eu, tu, a Trish, a Sofia e a Débora!
- Eu sei, já disse que bom par… VAI O QUE?
- Vamos para os Estados Unidos!
- Wow, quem disse?
- A Joana! Ai vai ser tão lindo, vamos mudar-nos todas para lá, como sempre quisemos!
- AIIII VAMOS MORAR PARA OS ESTADOS ÚNIDOS, AIIII!
- És pouco histérica és!
- Oh posh cala-te, deixa-me ser feliz.
- Ok, vou ligar á Sofia!
- Ok!
Estava a dirigi-me á sala com a Catarina com um sorriso de orelha a orelha.
- Vais para os Estados Unidos? – Perguntou ela.
- Vou! AIII QUE VAI SER TÃO LINDO!
- O que é que vai ser lindo? – Era o Harry, aiii meu deus.
- Já vão começar a discutir! - Disse a Catarina.
- Eu vou mudar-me.
- A sério?
- Sim, vai ser lindo!
A Catarina percebeu que tinha metido a “ pata na poça “ e foi-se juntar ao resto da turma enquanto eu e o Harry íamos conversando.
- Estás muito entusiasmada para quem vai mudar de casa.
- Pois estou, tu não imaginas o quanto eu sonhava com isto.
- Sonhavas em mudar de casa? Tu não és mesmo normal!
- Não! Eu não sonhava em mudar de casa, parvo!
- Então?
- Eu sonhava era ir morar para os Estados Unidos, e agora vou!
- Ahhhh!… VAIS PARA ONDE? ESTÁS A GOZAR, RIGHT?
- Não, porquê?
- Porque não podes!
- Porquê?
- PORQUE NÃO!
- Estás parvo!
- Sim, mas tu não vais pois não?
Antes que lhe pudesse responder a professora abriu a porta e tivemos que entrar.
Durante a aula, o Harry mandou-me um papel.
“ Quando é que vais? 
 Ainda não sei, mas me breve. 
“ Então logo á noite vou ter contigo, preciso de te levar a um sitio! 
 Que sitio? 
“ Surpresa! 

**

Estava curiosa para saber onde o Harry precisava de me levar, a sol já se tinha posto, e mal acabei de jantar fui até á varanda, olhei para baixo e como prometido lá estava ele, despedi-me dos meus pais e da Kiki sem dizer com quem iria sair, e lá fui. Durante todo o caminho permanecemo-nos calados, não sabia ao certo onde é que ele me queria levar mas a cada momento que passava a curiosidade tomava conta de mim.
- Chegámos! – Disse ele, saltando para a areia.
Olhei-o nos olhos, sorri e senti um arrepio momentâneo percorrer cada recanto do meu corpo. O seu perfume enfeitiçava o meu sorriso à medida que inspirava uma e outra vez. Não sabia se era certo, apenas queria viver a intensidade plena daqueles minutos, daquelas horas que voavam. 
Ele pousou a sua mão sobre a minha, sorrindo secretamente. Juntos, olhámos o céu e cada uma das estrelas que iluminavam aquela noite tão diferente, tão estranha. Sim, estranha. Uma estranheza agradável, fazendo-me sentir livre, absolutamente fora do pequeno conjunto de ideais que desde sempre persistiam dentro de mim.
Deixei-me cair sobre a areia e fechei os olhos, certa de que ele se iria deitar ao meu lado. Numa pequena fracção de segundo, mil e um pensamentos se abateram sobre mim. Levantei-me e soltei uma gargalhada ao vê-lo deitado ao meu lado. Era sempre tão espontâneo, espontaniedade que tornava previsíveis os seus gestos, as suas palavras, os seus olhares. A sintonia permaneceria até ao fim daquela noite, até ao fim daquele dia que, lentamente, anunciava a chegada de outro, não melhor, mas diferente.
Lentamente, caminhei em direcção ao mar. O mar estava calmo e apenas senti o leve rebentamento das ondinhas que iam beijando os meus pés. Horas e horas se seguiram, preenchidas por conversas banais e, à medida que ia olhando nos meus olhos, uma aragem oriunda do mar deixava-me imóvel. Ali, sentia-me segura e preenchida por tudo o que um dia sonhei viver.
Pôs de novo a tua mão sobre a minha e aninhámo-nos um no outro como pequenas crias desprotegidas. Pensar no amanhã seria errado, tal como também o era não reagir perante os nossos próprios sentidos.
- Porque é que me olhas assim? - Perguntei.
- É preciso explicar?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 5.]

…os seus lábios estavam tão próximos dos meus, e eu queria… eu quero… não eu não quero nada daquela amostra de gente… sim quero quero beija-lo... Não, Sim... 
-HARRY aleluia, estás ai! - Gritou Louis do outro lado da estrada, suspirei, não sei bem se de alívio ou se de raiva por ele ter aparecido naquele momento.
- Louis! – Disse o Harry.
- Fogo, estava a ver que nunca mais te encon… INÊS?
- Olá Louis! – Corei, eu não queria, mas comecei a pensar que ele poderia ter visto alguma coisa.
- Vocês estão bem? 
- Eu podia estar melhor se tivesses chegado um ou dois segundos mais tarde. – Disse o Harry olhando para mim a rir-se.
Mandei-lhe uma cotovelada, para ver se de uma vez por todas calava a boca para não contar o que se tinha passado ali.
- Au! Já vais começar again?
- Desculpa não te queria aleijar… mas CALA-TE PF!
- Ok, desculpa. – Sorrimos ambos, e os seus olhos voltaram a ganhar aquele brilho intenso, aquele brilho que me encantava, aquele brilho único.

*Louis estala os dedos*

- Desculpem lá interromper o momento, mas está frio, e eu quero ir para casa, por isso Harry, despede-te e anda.
- Chau Louis! – Disse eu, dando-lhe um beijo em cada bochecha.
- Até amanhã Harry! – Ao mesmo tempo que me ponho em bicos de pés para me despedir dele, visto que ele nem se baixou, nem um bocadinho, ele agarra na minha mão e deixa nela um papel. – Oh Harr…
- Até amanhã Inês! 
Ele largou a minha mão e entrou dentro do carro escuro, no momento em que deixei de avistar o carro senti um grande aperto no coração, já não me sentia tão segura, sentia-me mais sozinha.
Regressei a casa, e lá estavam os meus pais á minha espera, era melhor começar a preparar-me para ouvir um sermão e provavelmente ficar de castigo, fora a parte de aturar a Kiki, até tinha medo de entrar em casa.
- Mãe, a Kiki?
- Depois de quase inundar a casa por não a teres deixado nem cumprimentar o rapaz lá acabou por adormecer.
- Desculpa, mas já sabes como ele é, ele nunca mais iria conseguir sair daqui.
- Eu sei Inês, e também notei no teu olhar um brilho especial quando olhavas para ele.
- Um brilho especial, mãe? Viste mal, é só um amigo.
- Sabes Inês, tu sais-te de dentro de mim, eu conheço-te melhor que ninguém.
- Oh mãe, o Harry é só um amigo. Ah, eu sai de dentro de ti mas o meu pai ajudou a criar aqui a popstar.
- Tu não mudas mesmo, pois não?
- Humm, não! Vá, vou dormir, até amanhã.
- Vai lá, vê se ganhas juízo! Até amanhã!
- Até amanhã!
Subi as escadas devagar para não acordar a Kiki não estava preparada para ver a minha irmã, abri a porta do meu quarto lentamente, e entrei, o Harry não me saía da cabeça.
Vesti o pijama, e dirigi-me uma última vez á varanda, a noite estava estrelada, estava linda, deitei-me da cama e do nada lembrei-me do papel que o Harry me tinha dado, ainda não tinha lido. Levantei-me apressadamente, peguei nas calças que vestira e tirei o papel do bolso, desdobrei-o com cuidado, estava curiosa, mas ao mesmo tempo tinha receio do que estaria ali escrito.

 Obrigado pela tarde, obrigado pelo abraço, obrigado pelas palavras e desculpa por todos os momentos maus em que a única coisa que fazíamos era discutir.
Agora o coração palpita mais depressa pela ânsia que te aproximes. Estou completamente dependente de ti, tu tens um dom Inês. Esse dom que me fascina, que inevitavelmente eu admiro, traz-me uma alegria profunda, uma felicidade pura... E acabo por mergulhar numa inveja profunda do sol que te queima a pele, da relva que tu pisas, até mesmo da chuva que te molha. E depois há ainda quem fale em conquistas, em vitórias, em progressos, mas eu falo russo, e digo bem alto o teu nome para que todos os surdos ouçam, todos os cegos vejam, todos os mudos falem, porque toda esta minha profecia, tem uma força incomparável, um poder sobrenatural, um valor puro e raro. E como deus existe, ele mesmo vai-me explicar quem tu és afinal...
Harry Styles 


No final tinha o número dele escrito, mesmo á Harry. Estava toda arrepiada, não sabia o que pensar, mas apenas queria que tal como ele, alguém me explicasse quem ele era, aquele não era o Harry que eu conheci no primeiro dia de aulas, aquele estúpido com quem passava todo o tempo a discutir. 

*Inês pega no telemóvel*

- “ Só vi o papel agora óh poeta … 
- “ AHAHAHAH poeta? A vista da tua varanda é de facto inspiradora 
- “ Eii, não mintas Harry 
- “ Não estou a mentir parva <3 
- “ Oh, eu sei que a vista da minha varanda é bué linda e tal, mas tu inspiraste-te foi no abraço que eu te dei, pensas que eu não sei … 
- “ Eu até te chamava convencida, mas como também é verdade … 
- “ Eu estava a brincar :o 
- “ Eu não! Vou dormir óh pequenina! Obrigado por hoje «3 
- “ PEQUENINA? Lá por seres grande já deves pensar -.- , até amanhã «3 

O que era isto? O que se está a passar afinal? Ainda hoje de manhã andávamos às turras e agora, agora estamos amigos e falamos, para não dizer que se o Louis não tivesse aparecido á bocado tínhamo-nos beijado. QUE SEGREDOS É QUE TU GUARDAS AFINAL HARRY?

The sky is a limit. [capitulo 4.]





- Oh pah agora segues-me é? Até á minha casa vens, suíno?
- Desculpa, não te queria incomodar.
- Harry, estás bem? Não resmungas, não fazes nada.
- Se eu te disser que não vai adiantar alguma coisa?
- Não sei, experimenta.
Ele estava cabisbaixo, sinceramente já me estava a preocupar, nunca pensei preocupar-me com ele mas estava e não o podia esconder
- Não, não estou bem.
Não sei o que me deu, vi nos olhos dele que precisava de ajuda e a única coisa que consegui fazer foi abraça-lo
- Quando queres até consegues ser simpática. – Disse ele a sorrir.
- Sente-te realizado sff, já me estragas-te a beleza. – Respondi-lhe num tom de brincadeira.
- Peço desculpa, se quiseres dou-te um bocado da minha.
- Eii, és pouco convencido és!
- Estava a brincar contigo.
- Parvo!
Os seus olhos verder começaram a brilhar e ele mostrou-me aquele sorriso maravilhoso.
- Amigos? – Disse-me ele esticando a mão.
- Quem é que te disse que eu quero ser tua amiga, deves pensar. – Fiz-me de difícil e virei-lhe a cara.
- Ok, ajudas pessoas que odeias então.
- Oh pah, é isso que me enerva, tu és o único que tem sempre resposta para o que eu digo, não deixas escapar uma, não?
- Sou muito perspicaz.
- Acredita…
Ele voltou-me a estivar a mão e a sorrir.
- Amigos! – Disse eu dando-lhe a mão. – Eu sou mesmo mal-educada, anda, vamos lá para dentro.
Ele ficou tão admirado quanto eu, eu não era eu, era suposto eu odiar este rapaz, porque razão é que o abracei, que lhe apertei a mão e que o pus em minha casa? Sinceramente não sei o porquê de me estar a chegar ao Harry e o mais estranho é que estou a gostar da companhia dele.
- Não faças barulho por favor, a minha irmã é louca por ti, se te vê põem-se já aos berros. – Sussurrei-lhe.
- Ok, ok.
Fomos para o meu quarto, e ele foi para a varanda, mesmo no sítio onde eu me encontrava antes de ele ter chegado.
- Não me queres dizer porque é que á bocado estavas tão mal?
- Sabes, os famosos também são pessoas.
- Eu sei Harry, eu sei. Mas o que é que se passou para estares assim?
- Apenas estou num dia mau, e precisava de falar com alguém, não me perguntes porque é que vim falar contigo porque nem eu sei, mas senti que me irias perceber.
- Olha, vou lá abaixo avisar os meus pais que tenho aqui um amigo, e para não deixar a minha irmã vir aqui, se não, hoje só sai daqui metade de ti. – Disse eu a rir-me – Fica á vontade.


*Harry a narrar*

O que é que se passa contigo Harry, ainda de manhã sentias um ódio enorme por ela e agora estás cheio de sorrisinhos para cima dela. Já não me conheço, ela tem uma influência tão forte em mim, não percebo como é que ela consegue, mas ela cativa-me, faz-se de forte para se defender, mas é a pessoa mais sensível que alguma vez conheci, se calhar é a única maneira de se defender daquelas pessoa interesseiras. Nunca pensei dizer isto, mas, ela é… diferente.
Nisto, olho para cima da cama, cor-de-rosa, encontrava-se lá um caderno e uma caneta, tentei conter a minha curiosidade, mas não consegui fui ler o que ela tinha escrito naquela folha de caderno.

“ Todos nós proclamamos a palavra paz em manifestações nesta sociedade republicana, no entanto apenas uma pequena porção conhece o verdadeiro significado dessa palavra tão mística e desejada.
Estarmos em paz é encarar o mundo, os problemas, os bons momentos sempre com a mesma tranquilidade não efectuando mudanças no nosso estado de espírito conforme o bem/mal-estar da sociedade. Se todos seguíssemos o modelo desta sociedade moderna, os se sorrisos enchiam de futilidades e todos os passos eram por cima dos outros. Hoje alcancei a verdadeira paz interior, daqui a 6 dias realizo o meu 16º aniversário e não tenho a mínima ideia se irei morrer amanhã.
O tempo passa e a esperança de evidenciar a minha personalidade aumenta, as oportunidades vão surgindo, mas não é a fama que eu quero, é paz. 
"

Oh meu deus, como é que eu pensava que odiava uma pessoa assim, ela é tão parecida comigo, ela compreende tão bem o que eu sinto, ela é tão diferente de todas as raparigas que já conheci, talvez porque está a passar pelo mesmo que eu, ou se calhar porque toda a gente têm a sua metade, aquela que completa o que nos falta.


*Inês a narrar*

- Harry!
- Desculpa…
- Calma, não faz mal, trouxe aqui sumo, se quiseres.
- Obrigado!
Ficamos ali na conversa, até que ele teve que ir embora, vínhamos tão entretidos a descer as escadas que nos esquecemos da Kiki.
- Aii eu não me acredito! – Disse ela.
- FOGEEE!! – Gritei eu.
- HAN?- Respondeu ele.
Agarrei-lhe na mão e puxei-o, tirei-o dali para fora, sai de casa e continuei a correr sinceramente não sei para onde estava a ir.
- Inês! INÊS! Já chega, acho que ela já não vem atrás de nós aqui.
Eu parei e fiquei a olhar para ele.
- Inês. – Disse ele a sorrir. – Não era preciso correres tanto.
- Tens noção que te foste meter na toca do lobo, a minha irmã é tola por ti, ela se te agarrava eras um homem morto nunca mais sais dali…
- Inês…
- … Acredita que não saias mesmo dali inteiro, ela é louca, cortava-te logo um braço…
- Inês…
- … Depois cortava-te um pé e ficava com um pé de estimação…
- INÊÊÊS…
Ele tentou calar-me mas nada,
- … Sim ela é parva e tem ideias parvas…

Ele puxou-me e colocou o seu rosto muito perto do meu, comecei a sentir a sua quente respiração, tentei não o olhar nos olhos, sabia que se o fizesse não iria resistir, mas, tarde demais quando dei por mim os meus olhos já estavam em linha com os dele, os nossos rostos começaram-se a juntar lentamente, a sua respiração era cada vez mais quente, até que …

domingo, 8 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 3.]


Não, eu não podia acreditar no que estava a ver, a minha irmã tem uma súbita paixão por aquela amostra de gente, ainda por cima ele é mais velho de que ela, só mesmo coisas da cabeça daquela rapariga. Fui até ao corredor e pousei a caixa no mesmo sítio onde a encontrara, a Kiki haveria de dar com ela ali perdida.
Voltei para o meu quarto e acabei por adormecer. 
Novo dia, vamos ver se este será melhor, fui-me sentar a olhar a manhã que se completava através da minha varanda.
- Inês, vamos para a escola! – Era o meu pai. 
- Já vou, já vou!
Uns quinze minutos de carro e prontos lá estava eu pronta para mais um dia de aulas, a Catarina, uma colega de turma, estava á minha espera no portão.
- Então, pronta para uma aula de Educação Física?
- Não, não, não mesmo, estou toda partiii… - Estava eu a responder-lhe, só que alguém me interrompeu
- Hey Miss simpatia! 
- Eu não me vou virar e ver uma catatua de cabelo encaracolado, eu não me vou virar e ver uma catatua de cabelo encaracolado … - Dizia eu enquanto me virava. - AIIII, tu de facto és bem pior que uma catatua de cabelo encaracolado.
- Tu és mesmo simpática rapariga! – Disse ele entre risos, enquanto me pôs a mão no cabelo e depois continuou a andar.
- Boa, concretizas-te o teu sonho e agora vou ter que rapar o cabelo á custa disso. 
- Tu e ele não se dão mesmo bem pois não? – Perguntou a Catarina.
- Damos não se nota?
- Eu até o acho simpático, além de que é lindo!
- QUEM É QUE É LINDO?
- O Harry!
- Desculpa, repete lá?
- O Harry é lindo!
Peguei rapidamente no telemóvel e fui aos contactos.
- O que é que estás a fazer Inês?
- Estou a ver se tenho aqui o número de oftalmologista ou do psicólogo para marcar uma consultazinha para ti.
- AHAHAHAH, tu és mesmo parva pah!
- Ya e tu vez mesmo mal… PAH!
Entramos para o ginásio, para nos equiparmos.
A primeira aula de educação física e já não me consigo mexer, aquele stor mata-me deve ser a reencarnação de uma daqueles homenzinhos que andam lá no exército ou algo do género.
Fui ao cacifo buscar o meu telemóvel, tenho uma mensagem, é da Sofia.
 Como as aulas começam esta semana, e está sol, que me dizes de amanhã irmos á praia? 
Nem pensei duas vezes, disse-lhe logo que sim. Tomei banho, troquei de roupa e estava pronta para mais uma aula, estava a sair do ginásio e lá estava a irritante da Rita.
- Inês!
- Corcunda!
- Eu já nem ligo a essas tuas coisas.
- Ainda bem! O que é que queres?
- Tu e o Harry..
- MAU! Eu e essa coisa o que?
- Parece que se dão mal.
- Parece, yá parece, e deixa-me adivinhar tu estás interessada nele e queres saber alguma coisa.
- Quero saber se isso que há entre vocês não pode ser aquela típica relação “ amor-ódio “.
- Agora tives-te graça parabéns! – Disse-lhe eu rindo-me e virando-lhe as costas.
---
Cheguei a casa, o sol está-se a pôr, e tal como de manhã, sentei-me na minha varanda, mas agora as nuvens pintam-se de tons quentes e o céu de azul água. Tudo se encontra pacifico. As árvores dançam ao sabor de brisa e os pássaros saltam de ramo em ramo. As eras cobrem o muro como as ondas cobrem a areia da praia. As rotundas estão iluminadas pelos faróis dos carros e aos poucos o centro da cidade fica repleto de focos de luz. Contemplo agora o meu lado esquerdo. Vejo umas das mais belas paisagens do distrito. Com pequenos barcos a navegar sempre na mesma direcção, sempre com o mesmo ponto de partida e chegada. Eu gostava de ser como eles, saber o meu ponto de partida, o traço do meu destino. Vidente não o sou, porém sei que os meus esforços, as horas extraordinárias tanto como as gotas de suor vão ser recompensadas uma a uma. Seja agora ou mais tarde, quem espera sempre alcança. Assim como os troncos nus das árvores crêem na chegada da Primavera, eu também vou aguardar que a minha flor rebente numa bela manhã. Aí, vou voar e rasgar os céus. O manto escuro da noite está a cair sobre mim, e o amarelo mistura-se agora com o céu escuro. Se calhar, foi a primeira vez que observei o lugar onde vivo com tanta atenção. São óptimas influências que me ensinam a ver com outros olhos as mais simples coisas da vida.
- Olá Inês!
Aquela voz era-me familiar, olhei para baixo e desatei a correr para lá para fora.

domingo, 1 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 2.]

Acabaram as aulas por hoje, está na hora de ir ver o que há para fazer 

- Então Joana, agenda? - Perguntei-lhe eu.
- Apenas vão conhecer os One Direction, não marquei mais nada para vocês prepararem o concerto de amanhã.
- Ok, obrigado. – Disse-mos todas ao mesmo tempo.
- E então como foram os vossos dias?
Estavam todas tão animadas a contar como tinha sido os seus dias e eu apenas ouvia e ria-me dos seus comportamentos parvos, enquanto esperávamos pelos tais One Direction.
- E o teu Inês? – Perguntou a Joana.
- O meu o que?
- O teu dia como foi?
- Então, acordei cedo, tomei banho, o pequeno-almoço, fui para aquela coisa a que chamam escola, conheci uma nova professora de português que tem um sotaque deus me livre não se apanha uma do que ela diz, além de que trata os alunos por você, depois quase que ia ao focinho á Rita mas isso já é normal, também pedi á professora do sotaque para me deixar ir á casa de banho porque já me tinha fartado de estar entre aquelas quatro paredes e ao descer as escadas um anormal espetou-se contra mim e ainda começou a resmungar do tipo tenho razão e para finalizar, entrei na sala e olhei para a segunda carteira e aquela abécula estava lá… - disse eu bastante rápido.
- GRANDE DIAAAA! – Disse a Débora com um tom irónico.
- Ah e quase que tinha falta disciplinar mas isso é um pormenor…
- Tu não mudas mesmo. – Disse a Joana a rir-se.
Entre risos e gargalhadas, ouvimos alguém a bater á porta, a Joana dirigiu-se até lá e abriu a porta, eu encontrava-me de costas para esta, pude ver que os olhos das outras raparigas estavam brilhantes.
- Wow, o que é que se pa… - olhei para a porta, e não podia ser. – OH MEU DEUS, O QUE É QUE TU ESTÁS AQUI A FAZER? 
Aquele anormal que me empurrou estava ali, não percebi bem a fazer o que, mas estava a espera que, alguém me respondesse a essa pergunta.
- Miss simpatia!
- Mister Parvo!
- Um dia ainda me hás-de dizer onde foste buscar o elixir da tua simpatia, está em vias de extinção sabes?
- E tu meu grande anormal, já me dizias o que é que estás aqui a fazer?
- Anormal? Já vais começar a insultar?
- Insultei-te, ai desculpa, pensava que estava a constatar um facto, … querido.
- AHAHA? Era para rir era … querida?
No meio daquela discussão, um rapazinho de olhos azuis e com uma cabelo castanho, mas com um corte muito estranho que até lhe ficava bem disse;
- Desculpem lá estar a estragar a vossa conversa bastante amigável, mas Harry e que tal falares direito para a INÊS? – Disse acentuando mais o meu nome
- Eu sei que esta amostra de gente se chama Inês não é preciso dizeres muito alto que isso é barulho para os meus ouvidos.
- Harry? Harry é nome de cão sabes óh suíno.
- Suíno? Olha que be…
- HARRY! – Gritaram os quatro rapazes que vinham com ele.
- … bela. – Disse ele entre dentes.
- Muito melhor! – Gozei eu.
Lá acabamos por nos acalmar, sentámo-nos todos e apresentamo-nos.
- Eu sou o Harry Styles, tenho…
- … é burro que nem o meu tetra tetra tetra tetra avô que era um camelo que vivia no pólo norte no tempo dos dinossauros. – Interrompi eu.
- INÊS! – Disse a Joana.
- Desculpa…
- Posso continuar, ou a miss vai-me interromper again?
- Força. Dá-lhe com força…. - Disse eu
- Tenho 17 anos… 
- De caminho anda de bengala. – Disse eu entre dentes.
- E sou da turma da Miss.
- INFELISMENTE! – Protestei eu.
Todos se apresentaram, os outros quatro rapazes que vinham com aquela amostra de gente eram muito simpáticos, eram como melhores amigos, não parecia nada, pois não tinham nada a ver uns com os outros, eram todos pessoas normais, enquanto o Harry… esse nem vale a pena falar. Eu também tive que me apresentar, com as interrupções daquela abécula á mistura, sinceramente ainda não consegui perceber, como é que uma pessoa como aquelas consegue fazer parte de uma das melhores bandas do momento. Consegui ver nos olhos das raparigas que aquele brilhozinho dos olhos ainda não tinha desaparecido, e fiquei super contente por elas, MAS PORQUE É QUE ELE TINHA QUE ESTAR ALI?
Os One Direction acabaram por ir embora, enquanto nós ficamos a planear o concerto.
Cheguei a casa estoirada e mais uma vez subi as escadas na esperança de encontrar o meu quarto desocupado.
- Inêêês! – Era a Kiki
- Kiki, não queres ir brincar para o teu quarto não?
- Hoje quero falar contigo.
- Oh Kiki eu tive que acordar cedo, aturei um verme o dia todo e ainda tive que planear um concerto, eu estou com a cabeça em água.
- Estou apaixonada.
- Ah está bem. ESTÁS O QUE? Tu tens 12 anos sabes?
- E depois, tu também te apaixonas-te aos 12 anos por aqu…
- Sim, sim pronto já chega, quem é o bichinho?
Ela agarrou a minha mão e puxou-me até ao seu quarto, para me mostrar o rapazinho.
- Oh fogo eu tinha tantas fotos dele dentro de uma caixa.
- Pois Jéssica, e eu tenho os lençóis da minha cama a chamarem por mim.
Ela não encontrou a caixa, ficou tão triste, prometi-lhe que me mostraria noutro dia, fui para a cama, mas não conseguia dormir.
Dei 1001 voltas á cama, levantei-me e fui á cozinha beber um copo de água, quando me estava a dirigir para o quarto calquei uma caixa, baixei-me, peguei na caixa e levei-a para o quarto. A caixa tinha o nome da minha irmã, devia ser esta a tal caixa que ela me queria mostrar, a caixa que tinha as fotos do tal rapaz, abri a caixa, pelo sim pelo não ela iria-me mostrar no dia seguinte por isso não haveria problema, abri a caixa lentamente, estava com um bocado de medo do que iria sair dali.
- OH MEU DEUS, ISTO É UM PESADELO! – Dizia eu para mim mesma.