domingo, 1 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 1.]

Sabes quando consegues atingir todos os teus sonhos mas a palavra “mas” está sempre lá? Quando tens tudo o que desejas mas é como se faltasse alguma coisa? Lá está, mais uma vez a palavra “mas” a dominar.
- Inês, importas-te de te despachar, tens uma entrevista daqui a 15 minutos.
Cada vez tenho mais saudades da minha vida normal, sou uma adolescente igual a todas as outras que estão a concretizar o seu sonho, mas… MAS, na realização de um sonho tem que de existir sempre os “mas “ sempre os pequenos contra-tempos, sei que a Joana (a nossa agente) tem tido uma paciência de santa comigo, mas, entre, concertos e entrevistas só me resta mesmo tempo para dormir e ir á escola.
- Desculpa Joana. A Débora, a Trish, a Jéssica e a Sofia onde estão?
A Debora, a Trish, a Diana e a Sofia além das minhas melhores amigas, fazem parte da banda, estamos todas juntas a concretizar o nosso sonho desde pequenas.
- Inêêêêês! – Era a Trish. Lá estavam elas á minha espera, aliás como sempre, eu sou a atrasada de serviço.
- Desculpem a demora.
- Não faz mal ainda faltam 10 minutos para entrarmos. – Disse a Debora


***


Cheguei a casa depois de mais um das muitas entrevistas, só queria a minha cama, subi as escadas até ao meu quarto, encontrei lá a minha irmã, não sabia bem ao certo o que é que ela estaria lá a fazer.
- Jéssica, importas-te, estou cansada quero descansar.
- Ai tu também, tens uma vida de sonho e andas sempre cansada, não te compreendo juro que não. – Dizia ela enquanto caminhava para fora do meu quarto.
Será que ela não percebe? Eu sou uma pessoa normal, ao contrário do que mostro, eu também choro, eu também sinto dor, hoje é um desses dias, este meu cansaço, esta minha falta de compreensão está a deixar-me completamente desgastada, completamente em baixo. Os meus momentos de felicidade podem ser grandes, mas há sempre algo que os estrague que os leve como se fossem meros grãos de areia no meio de uma tempestade, e eu não posso fazer nada para os agarrar. É em momentos como este que penso em tudo o que vivi, todas as batalhas que venci. Já não consigo ser tão forte como era antes, os sonhos começam a morrer, as esperanças desaparecem, a dor aumenta gradualmente a cada palavra. Estou farta, estou simplesmente tão farta de tanta coisa. Não as quero desiludir, e tenho tanto medo de o fazer. Só queria um dia de felicidade sem que nada a leva-se, apenas isso, entrevistas, autógrafos, paparazzis …
Depois de tantos pensamentos, tantas “discussões” comigo mesma, acabei por adormecer.

***


O relógio marca precisamente sete horas, está na hora de começar um novo dia, novo dia de aulas. A escola contínua igual, as pessoas continuam as mesmas, e os professores? Os professores logo se verá.
- Bom dia meninos! – Dizia a nova professora de Português com um sotaque esquisito.
- Bom dia! – Disse a turma toda em conjunto.
A professora começou a fazer a chamada para começar a conhecer melhor as pessoas.
- Harry Styles, onde está? – Um grande silêncio tomou conta da sala, enquanto todos nós olhávamos em torno da sala. – Não deve estar, vamos andar para a frente então, Inês Torres, quem é? – Perguntava ela.
- Sou eu.
- E então que idade é que tem?
- 16.
- A sua cara não me é estranha Inês… 
- Porque será. – Interrompeu a Rita, aquela rapariga é sempre a mesma coisa, nunca muda, só está bem a deitar os outros a baixo.
- Vê lá se não te vão cair os dentes hoje. – Respondi-lhe eu. 
- Bem então meninas, vamos lá parar. – Interrompeu a professora, na esperança de finalizar a pequena discussão que se tinha instaurado no momento.
Já estava farta de estar ali, de ouvir pessoas que conheço desde pequena a apresentar-se para uma pessoa que conheci á momentos, aquilo era tão cansativo, precisava de apanhar ar de espairecer, de refrescar as minhas ideias.
- Stora, posso ir á casa de banho?
- Como é o primeiro dia de aulas vá lá, mas isto não se vai voltar a repetir.
- Eii também não pedi nada doutro mundo. – Respondi eu enquanto saía da sala.
Não sabia o que se passava comigo, sentia-me fraca, cansada, farta de tudo e de todos, encontrava-me sem paciência para ninguém. Saí da sala a correr, desci as escadas, virei a cara para ouvir o normal raspanete da empregada “ nada de correr nos corredores menina “, começei-me a rir e ao colocar o pé no último degrau um rapaz espetasse contra mim. 
- Au! – Disse eu, sentada no degrau.
- Desculpa, não te vi. – Disse o rapaz.
- Pois até ai eu já reparei! – Levantei-me e dirigi-me para a casa de banho.
- Ok, mas estás bem? – Gritou o rapaz.
- Estava melhor, se não te tivesses espetado contra mim. 
- És bastante querida! – Disse ele num tom irónico.
Voltei atrás. Olhei para ele.
- Oh pah, tu atiras-me ao chão e ainda te pões ai a resmungar? Estúpido.
- Estúpido? AHAHAHA, olha que tu também não és muito simpática não. – Disse ele rindo-se e subindo as escadas.
- Parvo, devias cair!
Encontrava-me agora a olhar para o espelho, á espera que visse alguma resposta naquele espelho, respostas a todos os porquês que existem na minha cabeça, já estava lá á uns 15 minutos, decidi voltar para a sala de certeza que iria ouvir mais uma repreensão, não só pela maneira que falei para a professora mas também por ter demorado uma eternidade, lá subi as infinitas escadas, com bastante sacrifício, não era propriamente o que mais queria voltar para aquela gaiola.
- Stora posso? 
- Já devia ter falta Inês, mas entre lá.
Fiquei pasmada, estava á espera que a mulherzinha começasse aos berros, histérica como demonstrou ser… Olhei para o quadro e estava lá uma frase qualquer.
- Stora, o que é aquilo que está no quadro?
- É para fazer um texto, dando a sua opinião sobre a frase que está no quadro. 
- Ah, está bem, já podia ter dito, escusava de estar aqui a olhar para o tecto a ver se ganho raízes.
- Você é sempre assim Inês?
- Você? Não gosto dessas formalidades.
- Vai-me obrigar a manda-la para a rua no primeiro dia?
- Eu não obrigo ninguém a stora só manda se quiser.
- INÊS TORRES – Gritou ela.
- Ok, eu calo-me, eu calo-me.
Os meus olhos seguiram-na até á secretária, o rapaz que me atirou ao chão estava ali na segunda carteira, o que é que ele estava ali a fazer?
- Muito bem Rita. – Disse a professora depois de ouvir o texto da Rita. – Inês não quer ler o seu? – Todos começaram-se a rir.
- A minha cara deve ter bué piada, e não, não quero.
- Pronto, depois não se queixe. – Disse a stora já com pouca paciência para me aturar.
-Não se preocupe.
Lá tive eu que levar com o texto de cada um. Sim, porque todos fizeram o texto, menos eu. Agora era a vez daquela abécula ler o dele.
- Agora é a sua vez de ler o seu. – disse a professora para ele.
- ok. Então …
Quando ele ia começar a ler tocou, devo dizer que me ri bastante da cara dele. Estúpido. 

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