domingo, 8 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 3.]


Não, eu não podia acreditar no que estava a ver, a minha irmã tem uma súbita paixão por aquela amostra de gente, ainda por cima ele é mais velho de que ela, só mesmo coisas da cabeça daquela rapariga. Fui até ao corredor e pousei a caixa no mesmo sítio onde a encontrara, a Kiki haveria de dar com ela ali perdida.
Voltei para o meu quarto e acabei por adormecer. 
Novo dia, vamos ver se este será melhor, fui-me sentar a olhar a manhã que se completava através da minha varanda.
- Inês, vamos para a escola! – Era o meu pai. 
- Já vou, já vou!
Uns quinze minutos de carro e prontos lá estava eu pronta para mais um dia de aulas, a Catarina, uma colega de turma, estava á minha espera no portão.
- Então, pronta para uma aula de Educação Física?
- Não, não, não mesmo, estou toda partiii… - Estava eu a responder-lhe, só que alguém me interrompeu
- Hey Miss simpatia! 
- Eu não me vou virar e ver uma catatua de cabelo encaracolado, eu não me vou virar e ver uma catatua de cabelo encaracolado … - Dizia eu enquanto me virava. - AIIII, tu de facto és bem pior que uma catatua de cabelo encaracolado.
- Tu és mesmo simpática rapariga! – Disse ele entre risos, enquanto me pôs a mão no cabelo e depois continuou a andar.
- Boa, concretizas-te o teu sonho e agora vou ter que rapar o cabelo á custa disso. 
- Tu e ele não se dão mesmo bem pois não? – Perguntou a Catarina.
- Damos não se nota?
- Eu até o acho simpático, além de que é lindo!
- QUEM É QUE É LINDO?
- O Harry!
- Desculpa, repete lá?
- O Harry é lindo!
Peguei rapidamente no telemóvel e fui aos contactos.
- O que é que estás a fazer Inês?
- Estou a ver se tenho aqui o número de oftalmologista ou do psicólogo para marcar uma consultazinha para ti.
- AHAHAHAH, tu és mesmo parva pah!
- Ya e tu vez mesmo mal… PAH!
Entramos para o ginásio, para nos equiparmos.
A primeira aula de educação física e já não me consigo mexer, aquele stor mata-me deve ser a reencarnação de uma daqueles homenzinhos que andam lá no exército ou algo do género.
Fui ao cacifo buscar o meu telemóvel, tenho uma mensagem, é da Sofia.
 Como as aulas começam esta semana, e está sol, que me dizes de amanhã irmos á praia? 
Nem pensei duas vezes, disse-lhe logo que sim. Tomei banho, troquei de roupa e estava pronta para mais uma aula, estava a sair do ginásio e lá estava a irritante da Rita.
- Inês!
- Corcunda!
- Eu já nem ligo a essas tuas coisas.
- Ainda bem! O que é que queres?
- Tu e o Harry..
- MAU! Eu e essa coisa o que?
- Parece que se dão mal.
- Parece, yá parece, e deixa-me adivinhar tu estás interessada nele e queres saber alguma coisa.
- Quero saber se isso que há entre vocês não pode ser aquela típica relação “ amor-ódio “.
- Agora tives-te graça parabéns! – Disse-lhe eu rindo-me e virando-lhe as costas.
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Cheguei a casa, o sol está-se a pôr, e tal como de manhã, sentei-me na minha varanda, mas agora as nuvens pintam-se de tons quentes e o céu de azul água. Tudo se encontra pacifico. As árvores dançam ao sabor de brisa e os pássaros saltam de ramo em ramo. As eras cobrem o muro como as ondas cobrem a areia da praia. As rotundas estão iluminadas pelos faróis dos carros e aos poucos o centro da cidade fica repleto de focos de luz. Contemplo agora o meu lado esquerdo. Vejo umas das mais belas paisagens do distrito. Com pequenos barcos a navegar sempre na mesma direcção, sempre com o mesmo ponto de partida e chegada. Eu gostava de ser como eles, saber o meu ponto de partida, o traço do meu destino. Vidente não o sou, porém sei que os meus esforços, as horas extraordinárias tanto como as gotas de suor vão ser recompensadas uma a uma. Seja agora ou mais tarde, quem espera sempre alcança. Assim como os troncos nus das árvores crêem na chegada da Primavera, eu também vou aguardar que a minha flor rebente numa bela manhã. Aí, vou voar e rasgar os céus. O manto escuro da noite está a cair sobre mim, e o amarelo mistura-se agora com o céu escuro. Se calhar, foi a primeira vez que observei o lugar onde vivo com tanta atenção. São óptimas influências que me ensinam a ver com outros olhos as mais simples coisas da vida.
- Olá Inês!
Aquela voz era-me familiar, olhei para baixo e desatei a correr para lá para fora.

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