terça-feira, 17 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 6.]


Novo dia de aulas, sempre a mesma rotina, era tudo tão monótono, acordei apenas com um pensamento, “ como é que vou olhar hoje para o Harry depois de ontem? “, aquele pensamento apoderava-se de mim, e cada vez mais enquanto o tempo passava, por fim cheguei á escola, lá estava a Catarina á minha espera, como sempre.
- Bom dia Inês!
- Bom dia!
Entretanto ouço o meu telemóvel a tocar, era a Jéssica.
- A esta hora, que estranho!
- Que foi? – Perguntou a Catarina
- A Jéssica está-me a ligar, é estranho!
- Atende!
- Sim?
- INÊÊÊÊS! – Disse ela.
- Eii lá. Estás muito feliz! Que se passa?
- Vamos para os Estados Unidos!
- Que bom para ti…
- Para mim? Vou eu, tu, a Trish, a Sofia e a Débora!
- Eu sei, já disse que bom par… VAI O QUE?
- Vamos para os Estados Unidos!
- Wow, quem disse?
- A Joana! Ai vai ser tão lindo, vamos mudar-nos todas para lá, como sempre quisemos!
- AIIII VAMOS MORAR PARA OS ESTADOS ÚNIDOS, AIIII!
- És pouco histérica és!
- Oh posh cala-te, deixa-me ser feliz.
- Ok, vou ligar á Sofia!
- Ok!
Estava a dirigi-me á sala com a Catarina com um sorriso de orelha a orelha.
- Vais para os Estados Unidos? – Perguntou ela.
- Vou! AIII QUE VAI SER TÃO LINDO!
- O que é que vai ser lindo? – Era o Harry, aiii meu deus.
- Já vão começar a discutir! - Disse a Catarina.
- Eu vou mudar-me.
- A sério?
- Sim, vai ser lindo!
A Catarina percebeu que tinha metido a “ pata na poça “ e foi-se juntar ao resto da turma enquanto eu e o Harry íamos conversando.
- Estás muito entusiasmada para quem vai mudar de casa.
- Pois estou, tu não imaginas o quanto eu sonhava com isto.
- Sonhavas em mudar de casa? Tu não és mesmo normal!
- Não! Eu não sonhava em mudar de casa, parvo!
- Então?
- Eu sonhava era ir morar para os Estados Unidos, e agora vou!
- Ahhhh!… VAIS PARA ONDE? ESTÁS A GOZAR, RIGHT?
- Não, porquê?
- Porque não podes!
- Porquê?
- PORQUE NÃO!
- Estás parvo!
- Sim, mas tu não vais pois não?
Antes que lhe pudesse responder a professora abriu a porta e tivemos que entrar.
Durante a aula, o Harry mandou-me um papel.
“ Quando é que vais? 
 Ainda não sei, mas me breve. 
“ Então logo á noite vou ter contigo, preciso de te levar a um sitio! 
 Que sitio? 
“ Surpresa! 

**

Estava curiosa para saber onde o Harry precisava de me levar, a sol já se tinha posto, e mal acabei de jantar fui até á varanda, olhei para baixo e como prometido lá estava ele, despedi-me dos meus pais e da Kiki sem dizer com quem iria sair, e lá fui. Durante todo o caminho permanecemo-nos calados, não sabia ao certo onde é que ele me queria levar mas a cada momento que passava a curiosidade tomava conta de mim.
- Chegámos! – Disse ele, saltando para a areia.
Olhei-o nos olhos, sorri e senti um arrepio momentâneo percorrer cada recanto do meu corpo. O seu perfume enfeitiçava o meu sorriso à medida que inspirava uma e outra vez. Não sabia se era certo, apenas queria viver a intensidade plena daqueles minutos, daquelas horas que voavam. 
Ele pousou a sua mão sobre a minha, sorrindo secretamente. Juntos, olhámos o céu e cada uma das estrelas que iluminavam aquela noite tão diferente, tão estranha. Sim, estranha. Uma estranheza agradável, fazendo-me sentir livre, absolutamente fora do pequeno conjunto de ideais que desde sempre persistiam dentro de mim.
Deixei-me cair sobre a areia e fechei os olhos, certa de que ele se iria deitar ao meu lado. Numa pequena fracção de segundo, mil e um pensamentos se abateram sobre mim. Levantei-me e soltei uma gargalhada ao vê-lo deitado ao meu lado. Era sempre tão espontâneo, espontaniedade que tornava previsíveis os seus gestos, as suas palavras, os seus olhares. A sintonia permaneceria até ao fim daquela noite, até ao fim daquele dia que, lentamente, anunciava a chegada de outro, não melhor, mas diferente.
Lentamente, caminhei em direcção ao mar. O mar estava calmo e apenas senti o leve rebentamento das ondinhas que iam beijando os meus pés. Horas e horas se seguiram, preenchidas por conversas banais e, à medida que ia olhando nos meus olhos, uma aragem oriunda do mar deixava-me imóvel. Ali, sentia-me segura e preenchida por tudo o que um dia sonhei viver.
Pôs de novo a tua mão sobre a minha e aninhámo-nos um no outro como pequenas crias desprotegidas. Pensar no amanhã seria errado, tal como também o era não reagir perante os nossos próprios sentidos.
- Porque é que me olhas assim? - Perguntei.
- É preciso explicar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário