segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 11.]



- KIKIIIIIIIIII! DESPACHA-TE RAPARIGA! – Gritava eu
- Tem calma, apre lá para a rapariga tem um foguete no c…
- KIKI! – Disse a minha mãe
- Ahahaha Desculpa mãe! Vim buscar uma revista para a Inês.
- KIKIIIIIIIIIII! – Era eu a gritar mais uma vez.
- ESTÁ AQUI! JÁ VOU!
- DESPACH…
- Calma, já estou aqui. Estás parva hoje.

Peguei na revista, não queria acreditar no que estava a ler, os One Direction vão estar aqui, nos Estados Únidos, quando dei por mim estava aos berros, que nem uma histérica.
Queria fazer-lhe uma surpresa, uma surpresa única e nossa. Queria surpreender-lo com algo vulgar mas com um significado único.
Como em todas as noites, fui até à janela e olhei o céu. Estava uma daquelas noites estreladas e tranquilas. Senti o vento a bater no meu rosto e fechei os olhos. Parecia uma noite igual a tantas as outras. Permanecia o silêncio.
Voltei a abrir os olhos e reparei num ponto mais brilhante do que todos os outros. Podia ser uma miragem, ou um simples ser, mas quando olhei tive a certeza que eras tu.
Nessa noite deixei a janela entreaberta e adormeci. A noite continuou silenciosamente doce.
Finalmente aproximaste-te. Entraste sorrateiramente pela janela, pé ante pé, para eu não acordar. Senti a melodia da tua respiração, aquela música perfeita que me embala em sonhos. Tocaste delicadamente o meu corpo imóvel, inconsciente. Iluminaste o meu rosto com o teu brilho e beijaste-me a alma adormecida e calma.
Saíste pela janela. Voaste através da noite, à procura de algo ou de alguém.
Abri os olhos, muito lentamente e sorri. Mais uma vez entreguei-me ao prazer de sonhar contigo.
Disse o teu nome, invadiste-me o pensamento mais uma vez e voltei a adormecer.
Na noite passada, tinha acontecido a mesma coisa.
Sonhara que tinha ido dar uma volta, que os carros ainda andavam na estrada, velozes, feitos verdadeiras águias terrestres e as pessoas sorriam-se cinicamente, jogando palavras numa mesa de conversas inúteis, até que os olhos dele, que noutra altura foram profundos e intensos, estavam agora vazios e sem cor. O seu corpo, apesar de ainda evidenciar a beleza que antes tinha, estava sujo, ferido, gasto. As roupas cobertas de rubis, rubis de um vermelho tão puro que era quase tão belo como assustador. Estava pálido, e não havia sinal de sorrisos, felicidade, alegria. Aquilo que para ele dantes era uma imagem que facilmente comparava a um anjo, a algo divino, puro, era agora uma figura por quem eu sentia pena, piedade, dó. Parecia desesperadamente querer dizer-me alguma coisa, mas tudo o que eu ouvia eram gritos sufocados por dor. Acordei suada, ofegante, e assustada.
- INÊÊÊÊÊÊÊÊS, escolaaaaaa!
- Já vou pai, calma!
A habitual rotina semanal da qual eu já me tinha cansado, escola, casa, concerto, casa, escola, casa, concerto, casa, escola (…) 20 minutos de caminho até á escola até que finalmente cheguei, pronta para uma massacrante aula de inglês.
- OLÁ MENINOS! – Disse a professora entrando pela sala.
- Bom-dia! - Responde-mos nós.
- Bem meninos, o teste é para a semana, vamos lá ver se vocês têm dúvidas.
Dito isto começou a perguntar um a um se tinham dúvidas, todos diziam que não até que …
- Inês tens dúvidas?
- Tenho uma.
- Diz lá então.
- Posso ir ao patinho num estantezinho estou aflitinha.
Nisto começam-se todos a rir incluindo a professora.
- Vai lá, vai lá!
Saí da sala a correr, desci as escadas rapidamente, sempre com a empregada a resmungar, até pensei “ fogo as empregadas daqui são iguais às de Portugal? “ , comecei-me a rir e ao colocar o pé no último degrau um rapaz espetasse contra mim.
- Au! – Disse eu, sentada no degrau.
- Desculpa, não te vi. – Disse o rapaz.
Isto era-me familiar, estas palavras, este cheiro, esta voz.
- Pois até ai eu j… HARRY?
- INÊS?
- OH-MEU-DEUS!!
- Continuas minúscula AHAHAHAH
- Já estava a demorar muito já … - Disse eu virando a cara, fazendo-me de chateada.
Fiquei calada durante um bocado até que me lembrei da grande vontade que tinha de ir á casa de banho.
- Olha óh grandalhão, nós quando nos encontramos tens que ser sempre tu a espetares-te contra mim e atiras-me ao chão, caso não saibas isso atrasa-me o crescimento, e já é a segunda vez que o fazes se o voltas a fazer levas uma chapada que andas uma semana á procura das cuecas….
- Inês..
- Ah e por falar em cuecas, eu tenho que ir á casa de banho se não acontece aqui uma desgraça desgraçada.
Nisto levanto-me e dirijo-me até á casa de banho, apenas senti a sua mão a tocar no meu braço e a puxar-me contra si, quando dei por mim lá estava eu a viver o meu sonho pela segunda vez, os lábios dele estavam tão próximos de mim como da primeira vez que estávamos juntos, da primeira vez que nos interromperam, no dia do nosso primeiro abraço, podia sentir a sua respiração gélida a bater na minha face, e o beijo não estava para demorar...
-INÊS está aqui... - Gritou Sofia no fundo do corredor, se ela não fosse uma das minhas melhores amigas tinha-a morto nesse instante... - Desculpem! - virou costas e desapareceu, voltei a olhar para o Harry, o seu olhar intenso deixava-me fora de mim, fechei os olhos e deixei-me levar, desta vez eu é que acabei com o pouco espaço que nos separava, desta vez, eu é que o beijei, mas não demorou ate ele me puxar para junto de si...
Beijou-me enquanto me dava a mão, mas eu começei a sentir algo a doer, algo molhado a tentar sair... UPS, a minha vontade de ir ao WC olhei para ele tentando parecer calma...-Vemo-nos daqui a pouco okey? - questionei enquanto mexia as pernas numa tentativa de me manter 'seca', ele olhou para mim um pouco confuso, eao mesmo tempo a fazer um esforço para não se desfazer a rir da minha cara ali mesmo... - Ok.
Desatei a correr e só parei na casa de banho, sentei-me e fiz o que devia ter feito á muito desatei a rir, quase a chorar de tanto rir...
Levantei-me e sai animada com a ideia de ele poder estar na minha sala, e estar a acontecer tudo de novo, mas desta vez, sem discussões, apenas nos limitávamos a amar, e isso era bom, divaguei um pouco enquanto deambulava pelos corredores, se ele estivesse na minha sala? e se estivesse sentado ao meu lado, a vida ganharia mais cor, eu concerteza ganhava vontade de vir para a escola... Abri a porta devagar como que para prolongar o momento de na minha mesa, mas entrei e limitei-me a olhar para uma mesa vazia, olhei para a Jéssica, para a Débora e para a Trish que tinham um sorriso travesso na face, a Sofia já lhes devia ter dito tudo, afinal não passava disso uma mera especulação, de um mero sonho, ele não estava lá, ele não estavaa da minha sala, e a historia estava destinada a não se repetir....
Sentei-me na secretária vazia, as raparigas não tiravam os sorrisos parvos das suas caras.
Tocou finalmente, mas sinceramente entre estar quase a dormir na aula e estar a levar com o interrogatório delas não sei qual seria melhor, dirigimo-nos aos cacifos para pousar os livros, mas quando abri o meu … - Que é isto? – Uma rosa encontrava-se dentro do lá dentro.
– Tem um cartão lê!
- Sim Débora, como se eu não soubesse que estás mais curiosa que eu.
Lá acabei por abrir o cartão …

 " E os nossos caminhos voltaram a cruzar-se, eu vou acabar por deixar que me leves contigo, que me roubes as palavras e que me mudes, mais uma vez, por dentro e por fora. Ainda sei decifrar o teu olhar, escutar a tua voz e perder-me no teu sorriso, ainda espero algo de ti, não por mim, nem por ti, mas por nós. A estabilidade não foi feita para pessoas como eu e como tu, somos diferentes, do inicio ao fim, e com o tempo aprendi a guardar só aquilo que tu me sabias dar de bom, a esquecer tudo o que era desnecessário e a refugiar-me nos teus silêncios.
Anda ter comigo, ás 18 horas á piscina!
Harry Styles "

domingo, 22 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 10.]



Procuro-o. Ainda e sempre.
As saudades apertam, como se de um enorme monstro dentro do meu peito se tratassem. Já lá se foi dois meses, é verdade dois meses, e tu continuas cá dentro.
Há muito tempo atrás, escolhi seguir um caminho. Durante algum tempo, saí-me bem: trazia-o sempre ao meu lado, a minha mão dentro da sua, aquela simples ligação a proteger-me de todo e qualquer mal. Mas num certo momento que já nem sei precisar, desapareceste. 
Ainda não te encontrei. Agora, cheguei a uma clareira, um ponto de viragem: são novamente muitos caminhos a abrir-se, e terei de fazer outra escolha. Poderei deitar tudo a perder, poderei ganhar tudo.
Só tenho 16 anos. Não consigo decidir a minha vida agora. Preciso de ti ao meu lado, a tua mão protectora.
Sinto-te. Em toda a parte, por toda a parte, lá está um pouco de ti, a relembrar-me do "antes". Onde quer que vá, perto ou longe, consigo sentir a tua presença, o teu cheiro e por vezes o teu olhar a poisar sobre mim, porque vives em mim, tão profundamente como sempre, mas a distância física não me poupa.
Consigo sentir-me em mim, é verdade, mas já não sei como sentir-te a meu lado, estar contigo e reviver os toques, as carícias, os murmúrios e todo aquele sonho que vivi.
Éramos, fomos um só, mas sinto que uma parte de nós se perdeu algures por aí, e somos novamente duas pessoas e não uma só.
Se pudesse apenas olhar-te nos olhos, não consigo imaginar o que veria. Os sentimentos antigos ainda lá no fundo do olhar? Ou uma nova realidade que não quero nem nunca quis?
Se olhares nos meus, vês tudo o que quiseres: passado, presente, futuro... eternidade. Pois sempre te quis, continuo a querer-te e sinto que quererei sempre, por mais que digam que os sentimentos são passageiros.
Talvez este não seja eterno, e talvez eu o desenhe e pinte à minha maneira, a de uma sonhadora ingénua, mas é assim que eu o quero. 
- Inês, já viste o que andam a dizer as revistas? – Era a Kiki, ela tinha crescido tanto.
- Não, o que?
- Que tu és uma criança ingénua e que em alguns momentos até da própria sombra tens medo, mas que em outros és livre que nem um passarinho.
Comecei-me a rir de facto essa gente não tem mais nada que fazer.
"Criança ingénua". É assim que alguns me vêem. Obviamente que não me conhecem. Mas eu respeito a opinião de cada um, mesmo que ela magoe. 
Ao contrário deles, não me considero como tal. Tenho uma explicação muito simples para o facto de me verem desse modo: acima de tudo, tento acreditar no lado bom das pessoas. Acredito que toda a gente o tem e tenho esperança que esse lado bom aumente em cada um de nós. 
Por outro lado, por mais erros que uma pessoa cometa, aprendi a perdoá-los porque somos humanos e, queiramos ou não, erramos. Os erros fazem parte do nosso processo evolutivo, assim como a capacidade de perdoar e só um espírito grandioso consegue perdoar. Apesar de tudo, são as irregularidades que fazem de nós o que somos e é quando erramos que mais precisamos daqueles que amamos.
Chamem-me ignorante, idiota, estúpida, infantil, ingénua. Podem fazê-lo, mas não vão mudar a forma como eu vejo as coisas. Prefiro perdoar e viver livremente com o que me rodeia do que guardar rancor com hipocrisia. 
Tenho um coração de vidro, é um facto. Ao mínimo toque, corro o risco que se parta. Por isso, aprendi a colar cada pedacinho até que não se notem as cicatrizes, ao invés de deixar as lascas espalhadas pelo chão para que a pessoa que o partiu as calque e se magoe.
Por isto, da próxima vez que me quiserem chamar "criança ingénua", perguntem-se quem tem razão, afinal.
- Esta gente não tem mais nada que fazer, não ligues! – Disse eu á minha irmã.
- Ah, só mais uma coisa, não sei se vais gostar.
- O que foi?
- Li numa revista, que os One Direction…
- QUE OS ONE DIRECTION O QUE ?
Espera, vou buscar a revista para te mostrar … 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 9.]





Finalmente chegamos. Chegamos e nada estava a ser como planeava, se calhar porque estava dividida entre o sonho e uma espécie de ilusão. Isto fez-me lembrar em mil e uma coisas que lhe poderia ter dito e não disse, fez-me suster a respiração ao imaginar a olha-lo nos olhos e a dizer-lhe que nada mais há de tão maravilhoso que não ele.
Ao Harry devo os momentos pelos quais vagueio vezes sem conta antes de adormecer. Apenas queria que ele me fizesse sorrir até que mais não possa, que me fale de novo de si como se de uma história se tratasse.
O Mundo parece simples demais para o sentimento que nos une como que o Sol ao céu. Tudo é em segredo e é assim que enfrentamos cada minuto que precede o anterior, cheio de memórias e histórias.
Desespero pela sua chamada, como nestas últimas noites. Os minutos passam à medida que a esperança desvanece. Encosto a cabeça na janela, suspirando uma e outra vez sem que nada me dê sinal dele e, enquanto a lua ofusca as lágrimas que não consigo mais chorar, adormeço num mundo que não é meu. 



**


E mais um dia se foi, ainda á três dias estava em Portugal com todas aquelas pessoas maravilhosas á minha volta, nestes últimos dias estivemos instalados num hotel, mas hoje vamos para uma casa que compramos, a casa é muito grande, começo a achar que me vou perder lá dentro. 
No vão das escadas do hotel tento dar por terminadas estas palavras que por tanta ousadia me fazem chorar. Queria poder abraçar o céu e tomá-lo como meu, tal como os meus braços, os meus cabelos. Tenho uma mão cheia de ideais por realizar, por levar comigo em cada viagem, cada sorrir mais puro e cada olhar mais que perfeito, tão perto de mim, mas longe demais para o que a vida me permite alcançar.
Entrei dentro de um comboio sem destino de chegada. Olhei o Sol lá fora; estava já a metade, escondendo-se gradualmente atrás do horizonte e das nuvens gordas e escuras que tomavam posse naquele imenso plano. Adormeci sem pensar em mais nada. Sonhei com um farol, aquele farol que tantas angústias minhas acolheu em tempos, posto entre tantas rochas e falésias à beira-mar.
Acordei com as doces palavras de um senhor alto, de bigode a pedir-me o bilhete da viagem. Lá fora, as estrelas brilhavam agora no auge de uma noite escura. Os vidros embaciados, faziam transparecer o frio indomável do lado de fora daquela carruagem.
"Para onde vai?" - perguntou o senhor.
"Para onde a vida me levar" - respondi insegura. Não sabia se a vida me levaria a algum lugar deste bonito.
Mais umas horas de viagem eram tempo suficiente para pensar e repensar sobre a vida, sobre as feridas que me causara e pelas cicatrizes moribundas que para sempre me acompanhariam no lado esquerdo do peito.
Chegara ao meu destino. Destino incerto, é certo, mas vagueei como se me fosse tão familiar. Precisava daquele abraço do Harry, mas ele não estava. Queria tanto contar-lhe os caminhos que percorrera cheia de ousadia e explicar-lhe o porquê daquela viagem.
Estava finalmente sozinha. Sozinha e só, no entanto sentia-me inserida numa multidão desconhecida, ilustrada pelos imensos pensamentos que me assolavam a cada passo. 
Deitei-me num dos bancos de jardim sobrepostos às ervas daninhas com minúcia. Vi pessoas passar e imaginei, uma a uma, a vida de cada indivíduo que passava embebido numa rotina fúnebre ou simplesmente a vaguear. Alguém se dirigira a mim com um sorriso inatingível e contagiante. Com as suas mãos grandes e confortantes, acariciara-me os cabelos com dedicação, esperando ouvir-me. Sentia-me uma criança ao adormecer, cheia de energia por recuperar.
"Que fazes aqui?"- era o meu pai.
"Vejo a curta-metragem de uma vida tão longa" - respondi a medo.
"Que posso fazer por ti, Inês?"
"Acorda-me quando este momento acabar".

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 8.]







Cheguei ao aeroporto, o Harry não me saia da cabeça desde manhã, aquele abraço, aquelas lágrimas, todos os momentos passados com ele, de facto, vão-me fazer falta. Iria partir daqui a duas horas, iria concretizar o meu sonho, deveria-me sentir feliz não?
- O que é que se passa Inês? – Perguntou a Trish.
- Nada, porquê?
- Estás estranha.
- Não dormi direito, estou cansada apenas isso.
Os minutos iam passando e as incertezas cada vez mais pairavam na minha cabeça “ Será que estás a fazer o que está certo? ”, “ é um sonho, mas tens pessoas maravilhosas cá “. Estava perdida no meio dos meus pensamentos, até que a alguém decide interrompê-los.
- Olhaaaaa! – Era a Kiki, a última vez que gritara assim foi quando viu o Harry em nossa casa. – Mana!
- Estou a olhar o que é que foi?
- Não é para mim parva.
Parva? Alguém passava muito do seu tempo a chamar-me assim.
- Então? Queres que olhe para onde?
- Para a entrada!
- HARRY! – Disse eu admirada, confusa, não estava a perceber o que é que ele estava ali a fazer. Estou bloqueada à frente dele, sem escoar uma única palavra, não sei se deva começar por um “surpreendeste-me” ou então por um vulgar “Olá “. Só desejava que iniciasse e me desbloqueasse.
O meu coração começava a palpitar, o meu corpo tremia como nunca e em certos momentos sentia arrepios a avoaçarem na minha pele. Deixei de ter controlo em mim. Estava mal, mas apaixonada.
Abstraindo-me que ele estaria à minha frente, perguntava-me se seria sempre assim. Porque é que ele estaria a fazer isto? 
Não conseguia desviar o olhar, bloqueava-me entre os seus olhos com um ar comprometedor.
A dado instante, pegou-me na mão, alisou-me a pele suavemente e perguntou-me receosamente:
-Posso beijar-te?
-Perguntas sempre primeiro? -respondi.
-Não… mas contigo não sei o que me espera.
-Experimenta…-disse eu.
Ao mesmo tempo que digo isto, ele cola os seus lábios aos meus, finalmente estava a sentir aquilo que queria já á algum tempo. Conheci os seus beijos mais requintados, mais escondidos e mais difíceis de alcançar. Apaziguei a tristeza, vivi e tornei a recordar o quanto foi intenso o nosso momento. As minhas mãos começaram a transpirar e o meu coração … o meu coração cada vez batia mais rápido.
- Inês está na hora! – Era a Sofia.
- Parece que é agora! Felicidades, e ai de ti que não me escrevas!
- Eu escrevo não te preocupes!
Nisto ele puxa-me contra ele e sussurra-me ao ouvido “ amo-te “, um último beijo era a única coisa que poderia fazer naquele momento, e assim o fiz.
- Tenho que ir!
- Adeus!
- Até já.
- Até já?
- Sim eu quero ver isto como um “ até já “.
- Ok, assim seja, até já pequenina. – Disse ele com aquele sorriso só dele.
Olho-o pela última vez. Os seus olhos transparecem o cume de uma montanha em tempo de Inverno e as minhas lágrimas vão caindo. Sinto ainda o seu toque, o seu cheiro, o doce das melodias que exprimia a cada palavra, e concluo, preciso dele. Preciso dele não agora, mas até amanhã e depois, pois sonharei com ele até ao fim de um destes dias.
Olhando em meu redor consigo descobrir tantos lugares que ainda não visitei, mundos onde nunca estive, emoções que nunca senti. E para quê? - Pergunto-me a mim mesma

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 7.]





… Perdi-me no brilho do seu olhar, e mais uma vez as nossas faces estavam cada vez mais próximas, desta vez tinha a certeza do que queria, estávamos ali sentados na areia, e o único desejo que tinha era de sentir os seus lábios, uma vez que fosse eu queria senti-los, e senti que aquele era o momento.
Estávamos cada vez mais próximos, era capaz de sentir a sua respiração, o batimento do seu coração, os nossos olhos já se tinham cerrado.
Estávamos prestes a selar o beijo, aquele beijo que eu tanto queria, até que mais uma vez fomos interrompidos, o meu telemóvel começou a tocar.
- Diz Joana! 
- Começa a preparar as malas amanhã ao fim do dia vamos para os Estados Unidos!
- Já?!
- Sim, já avisei os teus pais hoje de manhã, eles é que se esqueceram de te avisar.
O silêncio apoderou-se daquele lugar, apenas se ouvia o rebentar das ondas, os risos, as palavras tudo desapareceu, apenas continuaram duas pessoas sentadas no areal olhando para o mar.
- E então? O que é que a Joana queria? – disse o Harry, pondo fim àquele silêncio.
- Dizer-me para…
- Para?
- Para … fazer as malas, porque amanhã ao final da tarde vou para os Estados Unidos.
- O QUE?! JÁ?
- Sim…
Ele agarrou nas minhas mãos, levantamo-nos, e pude ver tristeza, aflição e angústia no seu olhar.
- NÃO! Não pf, eu Ado…
- NÃO! NÃO O DIGAS HARRY! PF!
- Mas…
- Mas nada, não o faças!
- Porquê?
- Se o disseres eu não vou conseguir ir! Eu preciso de ir concretizar o meu sonho!
- Inês, não me faças isto!
- Desculpa…
Larguei-lhe as mãos e corri para casa, tinha que fazer as malas e ele não me podia impedir de ir, é um sonho desde criança não iria desperdiçar a oportunidade de o realizar só porque ele decidiu aparecer na minha vida.
Fiz as malas e tentei não pensar nele, tentei não pensar naqueles momentos que só ele me proporcionou e na maneira parva que nos conhecemos.
- Mãe, amanhã posso ir á escola de manhã?
- Para que, Inês?
- Queria-me despedir das pessoas.
- Claro que podes, querida. O que é que tens?
- Porquê?
- Deverias estar contente e pareces-me triste.
- É impressão tua! Vou dormir.


**


Estavam todos sentados na sala de aula e eu observava-os através da janela, não pode deixar de reparar na tristeza na cara do Harry, eu tinha combinado com a professora que ela iria fazer de conta que não sabia que hoje iria embora.
- Inês Torres – Disse a professora. – A Inês não está?
- Ela vai-se embora hoje ao fim da tarde stora. – Respondeu o Harry.
Quando eles menos esperavam abri a porta por onde entram os professores.
- Olá!
- A Inês pediu-me para se despedir de vocês na minha aula e eu não lhe consegui dizer que não. – Disse a professora.
Estava de facto comovida mas ainda nenhuma lágrima se tinha soltado, estava impressionada com eles, nunca pensei que seria tão difícil separar-me daquela turma, entre abraços e mais abraços avistei o Harry no fundo da sala cabisbaixo, estava na altura de me despedir dele, era o único que faltava, respirei fundo e lancei-me para o fundo da sala.
- Harry… - Disse-lhe.
Ele levantou a cabeça e olhou-me nos olhos, e começou a chorar.
- Diz-me que isto é um pesadelo!
- Pára! Não faças isto Harry!
- Ok, vai ter mesmo que ser não é?
- Sim é!
- Ok, então, obrigado por simplesmente existires, obrigado por todos os momentos, obrigado por me teres ensinado a ver a vida com outros olhos, obr…
- JÁ CHEGA! – Disse-lhe eu começando a chorar. – Estás a ver o que tu fazes, foste o único que me conseguiu por a chorar.
Peguei numa máquina fotográfica que trouxe, juntei-me a ele e pedi a alguém para tirar uma foto.
- Garanto-te que nunca te esquecerei! – Disse-lhe.
- Sei que pediste-me para não te dizer, mas…
- Harry, não!...
- Adoro-te!!   sussorou ele.
Foi naquele momento que o abraçei e desfiz-me em lágrimas, acho que nunca chorei tanto na minha vida, ele de facto mudou a minha vida como ninguém antes o fizera.
- Meninos, vai tocar! – Disse a professora.
- Adoro-te! – Sussurrei-lhe.
Tocou, estava na hora, vou partir. Deixar toda uma vida para trás, olhando em frente sem que o Norte se confunda com os restantes pontos cardeais que não ouso mais seguir. 
Olhei uma última vez para o Harry, revendo ainda o último sorriso, o derradeiro olhar, o "adeus" mais perfurante de todo o fim deste capítulo que encerro hoje em mim, mas que ficará gravado para sempre nas paredes desta sala, nos gestos e sentimentos que se entrelaçaram no meu peito. 
Quero poder relembrá-lo com o olhar doce que sempre me atingiu, o sorriso meigo que sempre fez questão de me dar quando me sentia vazia. Guardei para ele um espaço no meu mundo, estará sempre totalmente preenchido por ele, quero acreditar que não passará de um até já.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 6.]


Novo dia de aulas, sempre a mesma rotina, era tudo tão monótono, acordei apenas com um pensamento, “ como é que vou olhar hoje para o Harry depois de ontem? “, aquele pensamento apoderava-se de mim, e cada vez mais enquanto o tempo passava, por fim cheguei á escola, lá estava a Catarina á minha espera, como sempre.
- Bom dia Inês!
- Bom dia!
Entretanto ouço o meu telemóvel a tocar, era a Jéssica.
- A esta hora, que estranho!
- Que foi? – Perguntou a Catarina
- A Jéssica está-me a ligar, é estranho!
- Atende!
- Sim?
- INÊÊÊÊS! – Disse ela.
- Eii lá. Estás muito feliz! Que se passa?
- Vamos para os Estados Unidos!
- Que bom para ti…
- Para mim? Vou eu, tu, a Trish, a Sofia e a Débora!
- Eu sei, já disse que bom par… VAI O QUE?
- Vamos para os Estados Unidos!
- Wow, quem disse?
- A Joana! Ai vai ser tão lindo, vamos mudar-nos todas para lá, como sempre quisemos!
- AIIII VAMOS MORAR PARA OS ESTADOS ÚNIDOS, AIIII!
- És pouco histérica és!
- Oh posh cala-te, deixa-me ser feliz.
- Ok, vou ligar á Sofia!
- Ok!
Estava a dirigi-me á sala com a Catarina com um sorriso de orelha a orelha.
- Vais para os Estados Unidos? – Perguntou ela.
- Vou! AIII QUE VAI SER TÃO LINDO!
- O que é que vai ser lindo? – Era o Harry, aiii meu deus.
- Já vão começar a discutir! - Disse a Catarina.
- Eu vou mudar-me.
- A sério?
- Sim, vai ser lindo!
A Catarina percebeu que tinha metido a “ pata na poça “ e foi-se juntar ao resto da turma enquanto eu e o Harry íamos conversando.
- Estás muito entusiasmada para quem vai mudar de casa.
- Pois estou, tu não imaginas o quanto eu sonhava com isto.
- Sonhavas em mudar de casa? Tu não és mesmo normal!
- Não! Eu não sonhava em mudar de casa, parvo!
- Então?
- Eu sonhava era ir morar para os Estados Unidos, e agora vou!
- Ahhhh!… VAIS PARA ONDE? ESTÁS A GOZAR, RIGHT?
- Não, porquê?
- Porque não podes!
- Porquê?
- PORQUE NÃO!
- Estás parvo!
- Sim, mas tu não vais pois não?
Antes que lhe pudesse responder a professora abriu a porta e tivemos que entrar.
Durante a aula, o Harry mandou-me um papel.
“ Quando é que vais? 
 Ainda não sei, mas me breve. 
“ Então logo á noite vou ter contigo, preciso de te levar a um sitio! 
 Que sitio? 
“ Surpresa! 

**

Estava curiosa para saber onde o Harry precisava de me levar, a sol já se tinha posto, e mal acabei de jantar fui até á varanda, olhei para baixo e como prometido lá estava ele, despedi-me dos meus pais e da Kiki sem dizer com quem iria sair, e lá fui. Durante todo o caminho permanecemo-nos calados, não sabia ao certo onde é que ele me queria levar mas a cada momento que passava a curiosidade tomava conta de mim.
- Chegámos! – Disse ele, saltando para a areia.
Olhei-o nos olhos, sorri e senti um arrepio momentâneo percorrer cada recanto do meu corpo. O seu perfume enfeitiçava o meu sorriso à medida que inspirava uma e outra vez. Não sabia se era certo, apenas queria viver a intensidade plena daqueles minutos, daquelas horas que voavam. 
Ele pousou a sua mão sobre a minha, sorrindo secretamente. Juntos, olhámos o céu e cada uma das estrelas que iluminavam aquela noite tão diferente, tão estranha. Sim, estranha. Uma estranheza agradável, fazendo-me sentir livre, absolutamente fora do pequeno conjunto de ideais que desde sempre persistiam dentro de mim.
Deixei-me cair sobre a areia e fechei os olhos, certa de que ele se iria deitar ao meu lado. Numa pequena fracção de segundo, mil e um pensamentos se abateram sobre mim. Levantei-me e soltei uma gargalhada ao vê-lo deitado ao meu lado. Era sempre tão espontâneo, espontaniedade que tornava previsíveis os seus gestos, as suas palavras, os seus olhares. A sintonia permaneceria até ao fim daquela noite, até ao fim daquele dia que, lentamente, anunciava a chegada de outro, não melhor, mas diferente.
Lentamente, caminhei em direcção ao mar. O mar estava calmo e apenas senti o leve rebentamento das ondinhas que iam beijando os meus pés. Horas e horas se seguiram, preenchidas por conversas banais e, à medida que ia olhando nos meus olhos, uma aragem oriunda do mar deixava-me imóvel. Ali, sentia-me segura e preenchida por tudo o que um dia sonhei viver.
Pôs de novo a tua mão sobre a minha e aninhámo-nos um no outro como pequenas crias desprotegidas. Pensar no amanhã seria errado, tal como também o era não reagir perante os nossos próprios sentidos.
- Porque é que me olhas assim? - Perguntei.
- É preciso explicar?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

The sky is a limit. [capitulo 5.]

…os seus lábios estavam tão próximos dos meus, e eu queria… eu quero… não eu não quero nada daquela amostra de gente… sim quero quero beija-lo... Não, Sim... 
-HARRY aleluia, estás ai! - Gritou Louis do outro lado da estrada, suspirei, não sei bem se de alívio ou se de raiva por ele ter aparecido naquele momento.
- Louis! – Disse o Harry.
- Fogo, estava a ver que nunca mais te encon… INÊS?
- Olá Louis! – Corei, eu não queria, mas comecei a pensar que ele poderia ter visto alguma coisa.
- Vocês estão bem? 
- Eu podia estar melhor se tivesses chegado um ou dois segundos mais tarde. – Disse o Harry olhando para mim a rir-se.
Mandei-lhe uma cotovelada, para ver se de uma vez por todas calava a boca para não contar o que se tinha passado ali.
- Au! Já vais começar again?
- Desculpa não te queria aleijar… mas CALA-TE PF!
- Ok, desculpa. – Sorrimos ambos, e os seus olhos voltaram a ganhar aquele brilho intenso, aquele brilho que me encantava, aquele brilho único.

*Louis estala os dedos*

- Desculpem lá interromper o momento, mas está frio, e eu quero ir para casa, por isso Harry, despede-te e anda.
- Chau Louis! – Disse eu, dando-lhe um beijo em cada bochecha.
- Até amanhã Harry! – Ao mesmo tempo que me ponho em bicos de pés para me despedir dele, visto que ele nem se baixou, nem um bocadinho, ele agarra na minha mão e deixa nela um papel. – Oh Harr…
- Até amanhã Inês! 
Ele largou a minha mão e entrou dentro do carro escuro, no momento em que deixei de avistar o carro senti um grande aperto no coração, já não me sentia tão segura, sentia-me mais sozinha.
Regressei a casa, e lá estavam os meus pais á minha espera, era melhor começar a preparar-me para ouvir um sermão e provavelmente ficar de castigo, fora a parte de aturar a Kiki, até tinha medo de entrar em casa.
- Mãe, a Kiki?
- Depois de quase inundar a casa por não a teres deixado nem cumprimentar o rapaz lá acabou por adormecer.
- Desculpa, mas já sabes como ele é, ele nunca mais iria conseguir sair daqui.
- Eu sei Inês, e também notei no teu olhar um brilho especial quando olhavas para ele.
- Um brilho especial, mãe? Viste mal, é só um amigo.
- Sabes Inês, tu sais-te de dentro de mim, eu conheço-te melhor que ninguém.
- Oh mãe, o Harry é só um amigo. Ah, eu sai de dentro de ti mas o meu pai ajudou a criar aqui a popstar.
- Tu não mudas mesmo, pois não?
- Humm, não! Vá, vou dormir, até amanhã.
- Vai lá, vê se ganhas juízo! Até amanhã!
- Até amanhã!
Subi as escadas devagar para não acordar a Kiki não estava preparada para ver a minha irmã, abri a porta do meu quarto lentamente, e entrei, o Harry não me saía da cabeça.
Vesti o pijama, e dirigi-me uma última vez á varanda, a noite estava estrelada, estava linda, deitei-me da cama e do nada lembrei-me do papel que o Harry me tinha dado, ainda não tinha lido. Levantei-me apressadamente, peguei nas calças que vestira e tirei o papel do bolso, desdobrei-o com cuidado, estava curiosa, mas ao mesmo tempo tinha receio do que estaria ali escrito.

 Obrigado pela tarde, obrigado pelo abraço, obrigado pelas palavras e desculpa por todos os momentos maus em que a única coisa que fazíamos era discutir.
Agora o coração palpita mais depressa pela ânsia que te aproximes. Estou completamente dependente de ti, tu tens um dom Inês. Esse dom que me fascina, que inevitavelmente eu admiro, traz-me uma alegria profunda, uma felicidade pura... E acabo por mergulhar numa inveja profunda do sol que te queima a pele, da relva que tu pisas, até mesmo da chuva que te molha. E depois há ainda quem fale em conquistas, em vitórias, em progressos, mas eu falo russo, e digo bem alto o teu nome para que todos os surdos ouçam, todos os cegos vejam, todos os mudos falem, porque toda esta minha profecia, tem uma força incomparável, um poder sobrenatural, um valor puro e raro. E como deus existe, ele mesmo vai-me explicar quem tu és afinal...
Harry Styles 


No final tinha o número dele escrito, mesmo á Harry. Estava toda arrepiada, não sabia o que pensar, mas apenas queria que tal como ele, alguém me explicasse quem ele era, aquele não era o Harry que eu conheci no primeiro dia de aulas, aquele estúpido com quem passava todo o tempo a discutir. 

*Inês pega no telemóvel*

- “ Só vi o papel agora óh poeta … 
- “ AHAHAHAH poeta? A vista da tua varanda é de facto inspiradora 
- “ Eii, não mintas Harry 
- “ Não estou a mentir parva <3 
- “ Oh, eu sei que a vista da minha varanda é bué linda e tal, mas tu inspiraste-te foi no abraço que eu te dei, pensas que eu não sei … 
- “ Eu até te chamava convencida, mas como também é verdade … 
- “ Eu estava a brincar :o 
- “ Eu não! Vou dormir óh pequenina! Obrigado por hoje «3 
- “ PEQUENINA? Lá por seres grande já deves pensar -.- , até amanhã «3 

O que era isto? O que se está a passar afinal? Ainda hoje de manhã andávamos às turras e agora, agora estamos amigos e falamos, para não dizer que se o Louis não tivesse aparecido á bocado tínhamo-nos beijado. QUE SEGREDOS É QUE TU GUARDAS AFINAL HARRY?